29.10.09

CURIOSIDADES: O Castelo de Azay le Rideau


Quarto no 1º andar do castelo

Pátio do castelo
O Château de Azay-le-Rideau é um palácio da França localizado na comuna de Azay-le-Rideau, no departamento de Indre-et-Loire. Foi construido entre 1518 e 1527, sendo um exemplo do Renascimento francês. Edificado sobre uma pequena ilha do rio Indre, a sua estrutura eleva-se directamente a partr do rio.
História
Gilles Berthelot, o tesoureiro estatal de Francisco I e alcalde de Tours, começou a construir neste sítio já fortificado, que era parte da herança da sua esposa. No entanto, foi ela, Philippe Lesbahy, quem dirigiu o curso dos trabalhos, incluindo a ideia nova de uma escadaria central (escalier d'honneur), que é a maior inovação de Azay. Em 1528, quando Berthelot foi suspeito de conivência numa fraude, teve que fugir de Azay-le-Rideau, deixando-o incompleto; nunca voltaria a ver o palácio. Em troca, o Rei confiscou a propriedade e deu-a como recompensa a um dos seus soldados de alta patente.
No decorrer dos séculos, o palácio mudou várias vezes de mãos, até princípios do século XX, quando foi adquirido pelo governo francês e restaurado. O interior foi completamente restaurado, contando com uma colecção de várias peças do Renascimento. Actualmente, o palácio está aberto ao público
Arquitectura
As dimensões, longas e baixas, e as decorações escultóricas do Château d'Azay-le-Rideau são italianas, no novo gosto antigo, mas as esquinas do bastião cobertas por cones pontiagudos, o empilhamento vertical de grupos de janelas separadas por enfáricas linhas de cordas horizontais, e o alto tecto de lousa inclinado, são inequivocamente franceses. As fortificações fingidas e as torres de menagem medievais deram um ar de nobreza tradicional ao recém-enobrecido tesoureiro do Rei.
Pátio do Château d'Azay-le-Rideau. A escadaria central é o principal elemento que os visitantes encontram depois de entrar. Esta está incorporada no interior do edifício, em vez de erguer-se helicoidalmente, parcialmente encravada na parede e visivel do exterior à maneira francesa, uma característica que é familiar no Château de Blois.
Os detalhes escultóricos em Azay são particularmente notáveis. No piso térreo, pilastras caneladas, em altas bases, suportam a salamandra e arminho, emblemas de Francisco I e de Cláudia de França.
A geração romântica redescobriu o encanto do Château de Azay-le-Rideau. Honoré de Balzac referiu-se a ele como "um diamante facetado colocado no Indre" ("Un diamant taillé à facettes, serti par l'Indre"). Actualmente o palácio está rodeado por um distinto parque oitocentista, arranjado como um jardim paisagístico à inglesa, com muitas espécies de árvores, especialmente coníferas exóticas: cedros-do-líbano, ciprestes dos pântanos e sequoias do Novo Mundo.
in "Wikipédia"

26.10.09

AREZ: Lar da 3ª Idade: um caminho “pedregoso”

A construção de um lar para idosos em Arez é um sonho com muitos anos. As actuais instalações do Centro de Dia, edifício onde funcionou durante muitos anos, a Junta de Freguesia, tiveram de ser adaptadas e hoje só a muito custo conseguem dar resposta às necessidades da freguesia.
De fora, ficam muitas das pessoas idosas, que reclamam por um lar, a tempo inteiro, que lhes permita, com conforto, apoio e carinho, viverem os últimos anos das suas vidas.
Foi a pensar nesta carência que em 2002 foi lançada a ideia de construção de um Lar em Arez.
A Comissão de Festas deu o apoio possível e de imediato avançou-se para a aquisição de um terreno.
“Andou-se, na altura, com “a carreta à frente dos bois” - começa por referir José Fazendas, actual Provedor da Misericórdia.
“O terreno não estava registado, os proprietários estavam no Brasil e foi um “oceano” de burocracias que nos consumiu vários anos. Em 2005 quando entrei como Provedor para a Santa Casa da Misericórdia, esta situação estava resolvida e tentei que o processo avançasse, seguindo os trâmites legais, tendo sido feito o registo do prédio na Conservatória, em Setembro de 2006 e iniciado o processo de obras em Janeiro de 2007.”
Parecia que estavam reunidas todas as condições para a obra “física” se iniciar, mas não era bem assim.
“Em Março ou Abril desse ano, a Câmara informa-nos que parte do terreno estava fora do perímetro urbano. Foi um “balde de água fria” e perante esta situação restava-nos duas hipóteses: construir dentro da área permitida ou esperar pelo alargamento do perímetro urbano e pela revisão do PDM.
Decidimo-nos pela primeira hipótese, pois tinham-se já perdido alguns anos, avançamos para a construção de um edifício com rés-do-chão e 1º andar, cujo orçamento inicial estava em 62.500 euros e, face às alterações, rondará os 100 mil euros.”
O projecto do Lar da Santa Casa da Misericórdia de Arez e Centro de Dia prevê a instalação de 30 camas em 10 quartos duplos e 10 individuais, ambos com casas de banho privativa.
O Provedor da Misericórdia espera que, depois desta “maratona burocrática”, haja condições para avançar com as obras no princípio do próximo ano.
Quanto aos apoios, vai adiantando que “ contamos com a Segurança Social, os lucros das festas de Arez e outras iniciativas que sejam promovidas, bem como a Câmara Municipal de Nisa e a Junta de Freguesia que não deixarão de nos ajudar dentro das suas possibilidades.”
Actualmente, o Centro de Dia e Apoio Domiciliário da S.C. da Misericórdia de Arez, presta relevante ajuda e apoio social a 42 pessoas através de 11 funcionários.
“Funcionamos com uma verdadeira equipa e só a extrema dedicação de todo o pessoal, permitem gerir com eficiência esta Casa, uma vez que os utentes pagam entre 176 e 200 euros mensais, o que obriga a algum rigor e contenção para que as pessoas usufruam da Santa Casa com o carinho e a qualidade que merecem”.
A finalizar, José Fazendas, alerta para as datas da realização da Nisartes que coincidem com as das festas de Arez.
“As festas de Arez são muito antigas e realizam-se, sempre, no primeiro fim-de-semana de Agosto. Julgo que era possível conciliar os interesses das duas entidades (Câmara e Comissão de Festas) para não sermos sempre prejudicados.”
Mário Mendes - in "O Distrito de Portalegre" - 22/10/09

16.10.09

SOLIDARIEDADE PARA COM OS TRABALHADORES DAS PEDREIRAS DE GRANITOS (II)

Alpalhão, Nisa e Gáfete (concelhos de Nisa e Crato)
Pretende o seguinte texto denunciar e, de algum modo, tentar arregimentar vontades solidárias em torno da questão, salários em atraso nas empresas de exploração de granitos em Alpalhão e Nisa, juntar forças e vontades que de alguma forma exerçam pressão pública e movam influências que levem os responsáveis a corrigir a aberrante situação. O problema é vasto e grave pelo que me foi dado saber, por isso repiso o assunto, insistindo em apelar a todos que encontrem formas de expressar a sua solidariedade para com estes trabalhadores, quer divulgando o texto através dos vossos contactos de e-mail, quer comentando o texto, ou ainda publicando-o nos vossos blogues. Não esqueçam o famoso poema de Bertold Brecht sobre a ascensão repressiva do nazismo, hoje são os trabalhadores das pedreiras, amanhã serei eu e depois de amanhã sereis vós.
Consegui recolher informações sobre as seguintes empresas, "Granitos Maceira, SA" e "Singranova", ambas pertença da família do Comendador Francisco Ramos, e "Granisan", de Nisa, da qual são principais accionistas os senhores Tsukamoto e Armando Crespo, e pelo que me foi dado a conhecer as situações devem-se não há conjuntura de crise internacional mas a gestão danoso que não terá pago os impostos em devido tempo.
Não podendo ser branqueado, muito menos ignorado, porque o povo tem memória, o deplorável comportamento destes senhores, algo no entanto me preocupa mais que dois ou três empresários sem ética nem moral: a perfeita inoperância das instituições públicas e sindicatos na resolução da triste situação, na aplicação da legislação laboral em vigor, na regulação das relações e contratos de trabalho, enfim, no apoio a estes trabalhadores que além de explorados, enganados, ameaçados, além de não receberem os salários ainda vivem sob um instalado império do medo que lhes foi imposto e vivem autêntico pesadelo bem acordados, para que a ferida doa mais e sintam que a sua dignidade lhes foi cobardemente subtraída.
De facto, os senhores Comendador Francisco Ramos, Tsukamoto e Crespo só aparentemente são os vilões desta história, como bons oportunistas limitam-se a aproveitar a falência quer dos serviços públicos competentes para resolverem o problema, sejam a Inspecção Geral do Trabalho delegação de Portalegre, seja a Câmara Municipal de Nisa que tem por obrigação ajudar todos os seus munícipes, sem excepção, podendo ainda disponibilizar, se o quisesse e fosse do seu interesse os serviços jurídicos da autarquia na defesa dos trabalhadores e em última instância o Ministério do Trabalho e Solidariedade Social que pura e simplesmente ignora o problema, pois este ainda não foi denunciado na comunicação social e o que não aparece na comunicação social, para esta gente, não existe.
Aliás, o assunto só não foi denunciado porque à equipa da SIC que se deslocou ao local para recolher depoimentos dos trabalhadores se deparou com um muro de silêncio, provocado pelo medo, e não puderam fazer reportagem.
Daí que também os trabalhadores não passem incólumes na situação que vivem, quem tem medo compra um cão e quem despreza a defesa dos seus direitos, depois não se venha queixar. Se querem aquilo a que têm direito, têm primeiro que saber vencer a barreira do medo!
Mas se o comportamento deplorável dos patrões, o medo e subserviência dos trabalhadores, a ineficácia dos nossos bur(r)ocratas eu posso fazer um esforço e além de compreender poder justificá-los à luz da grandeza, e neste caso, das misérias humanas, já me é mais difícil compreender a timidez e os cuidados de luva branca com que os sindicatos (não) têm tratado do assunto. De facto tirando a tímida iniciativa sindical por mim relatada no anterior artigo, o que os sindicatos têm feito é nada!
Bem sei que nas empresas em causa o número de trabalhadores sindicalizados é mínimo, outra preocupação que devia estar na agenda diária dos dirigentes sindicais: porquê os trabalhadores deixaram de confiar neles? Mas nem que fosse apenas um trabalhador sindicalizado era obrigação de qualquer sindicato, que existem para organizar e defender os trabalhadores na reivindicação e cumprimento dos seus direitos, repito, era obrigação desses sindicalistas estarem lá ao lado dos trabalhadores e procurarem por todos os meios ao seu alcance resolver o problema.
Mas não o fizeram, não o têm feito.
Nos telejornais e jornais somos bombardeados sobre a importância que os empresários e as suas grandes empresas têm no desenvolvimento da economia e na riqueza da região em que se implanta a empresa. Mas quando a maçã apodrece e em vez de riqueza gera miséria todos desaparecem e se escondem no conforto dos gabinetes deixando os trabalhadores à mercê da sorte (ou seria mais adequado dizer azar).
Apelo aqui ao futuro Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda que logo que a nova Assembleia da República, para a qual o povo reforçou a sua voz, que no local próprio da representatividade popular, denuncie esta lamentável situação que está a estrangular parte das populações dos concelhos de Nisa e de Crato.
Jaime Crespo - in http://fongsoi.blogspot.com

5.10.09

AMIEIRA DO TEJO: Retábulo-mor barroco na capela do Calvário (*)

A capela do calvário, em Amieira do Tejo, está classificada como Imóvel de Interesse Público porque tem no seu interior uma obra de arte original em Portugal. Sobranceira a pequena povoação tem belas vistas para a localidade com o seu notável castelo (**) mandado construir pelo prior da ordem do Hospital, que também aqui morreu, e pai do condestável Dom Nuno Álvaro Pereira.
“A capela do Calvário foi edificada entre 1729 e 1740, a mando de Pedro Vaz Caldeira sargento-mor da Amieira. Apresenta na fachada principal cunhais de granito aparelhado. O pórtico é encimado por um frontão com mísulas, coruchéus e cruz, e ladeado por duas janelas de balcão com frontões. Na parte superior da fachada existe outro frontão com volutas”1.
Todo o conjunto irradia uma serena harmonia bem integrado na paisagem. Mas o que faz com a capela do Calvário faça parte do Portugal Notável, é no interior de nave única, aquele magnífico retábulo-mor de granito a imitar madeira entalhada, a que não falta as habituais colunas vigorosamente trabalhadas, em numero de três tendo como cenário de fundo, o céu com a pedra almofadada irregularmente a imitar nuvens. Fecha o único retábulo-mor barroco de pedra em Portugal um escudo. O enquadramento cénico serve de cenário a um belo cristo crucificado em madeira, com Maria e Maria Madalena, enlevar o olhar para o ente que sofre e morre.
O meu muito obrigado ao Senhor Carlos que foi nosso cicerone.
A fotografia foi retirada do sítio do www.monumentos.pt.
Nota biográfica-(1) Inventário do Património classificado -IPPAR, volume II, 1993

in www.portugalnotavel.com