30.11.12

NISA: Memória do Cine Teatro (Novembro de 1942)



"Gunga Din" filme norte-americano de 1939, produzido e realizado por George Stevens registou a maior afluência de público entre os espectáculos promovidos no mês de Novembro de 1942, no Cine Teatro de Nisa. Com um excelente elenco de artistas, como Cary Grant, Victor McLaglen, Douglas Fairbanks, Jr., Sam Jaffe (no papel de Gunga Din), Eduardo Ciannelli e Joan Fontaine, o filme de acção e aventuras foi visto por 455 espectadores, garantindo uma receita de bilheteira de mil sessenta e nove escudos.
Era assim há setenta anos, em Nisa. Havia gosto pelo cinema e a sala não tendo as condições técnicas, de conforto e comodidade que hoje desfruta, ia servindo para as "encomendas"; para proporcionar divertimento, prazer e cultura aos nisenses. Tudo feito e suportado com uma imensa dose de bairrismo e de amadorismo.
Em 2013, ano de outros "filmes", acredito que a sala de teatro e cinema que já foi a do "Norte Alentejano", volte apenas e tão só, a exibir filmes, a ter uma actividade regular, motivada pelo desejo simples de cumprir um dos objectivos institucionais, gratificante, a que qualquer poder local digno desse nome: o de dinamizar a cultura e dessa forma contribuir para a elevação moral e espiritual dos cidadãos do concelho de Nisa e de outros concelhos vizinhos.

28.11.12

EVOCAÇÃO: Dia Internacional das Pessoas com Deficiência


“Só por hoje” – Dia 3 de Dezembro
 O dia 3 de Dezembro é, desde 1998, promovido pelas Nações Unidas como o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Por considerarmos que urge uma alteração do nosso modelo mental face às pessoas com deficiência e às deficiências em si, o IDP-Algarve e a Associação Portuguesa de Deficientes propõem que só por hoje, neste dia 3 de Dezembro, seja empático com os concidadãos e concidadãs com deficiência
 Segundo a Associação Portuguesa de Deficientes (APD), existe em Portugal cerca de 1 milhão de pessoas com deficiência. Segundo dados das Nações Unidas 10% da população mundial é portadora de alguma deficiência. Um número que tende a aumentar proporcionalmente à esperança média de vida, pois havendo mais idosos também haverá maior número de deficiências. Entre elas destacam-se a mobilidade e a falta de visão, sendo neste sentido importante pensar a longo prazo e quais os investimentos necessários.
 O primeiro passo para a inclusão dos deficientes começa na mudança do nosso modelo mental. É com este objetivo que o IDP-Algarve se associa à APD numa campanha a ser dinamizada nas redes sociais, designada “SÓ POR HOJE”. O desafio é simples, «“SÓ POR HOJE”, no dia 3 de Dezembro, seja empático para com os concidadãos e concidadãs portadoras de deficiência».
              “Só por hoje”

 O estado de empatia não é uma forma de caridade, é antes, a solidariedade de facto. Consiste em colocar-se no lugar do outro, porém, sem nunca perder essa condição de “como se”. A empatia implica, por exemplo, sentir a dor ou o prazer do outro como ele o sente e perceber suas causas como ele a percebe, sem nunca perder de vista que se trata da dor ou do prazer do outro. Há assim a construção emocional e psíquica de uma relação de identificação com o outro. A empatia é, segundo Hoffman (1981), a resposta afetiva apropriada à situação de outra pessoa, e não à própria situação.
 Só por hoje, seja empático com a pessoa com deficiência motora e imagine que se desloca numa cadeira de rodas. A sua porta de casa tem a largura suficiente para uma cadeira de rodas passar? – tem elevador? – a sua cadeira de rodas consegue lá entrar? A sua porta da rua tem rampa ou escadas? De que ajudas precisaria para conseguir, simplesmente, sair de casa? E quanto teria de pagar por essas ajudas? E teria capacidade financeira para suportar essas necessidades acrescidas? Só por hoje, entre no autocarro como se estivesse numa cadeira de rodas. Está a circular na rua e precisa de atravessar a estrada - as passadeiras estão desimpedidas de carros? as rampas que existem nalguns lancis estão bloqueadas pelos carros ou estão livres para a sua passagem? – sabe quantas rampas de passagem a pessoas com deficiência existem no seu percurso de casa para o trabalho? No seu local de trabalho, circule só por onde possam passar cadeiras de rodas … - se o fizer será capaz de chegar à casa de banho?
 Só por hoje, seja empático com o cego ou uma pessoa com deficiência visual. Não veja. Circule dentro da sua casa de olhos vendados. Faça tudo de olhos vendados. Encha o seu copo de água e prepare as refeições com os olhos vendados. Memorize os espaços, estimule a audição, o tato e o olfato.
 Só por hoje, quando for ao supermercado compre só produtos que necessite e destes escolha só os que tiverem identificados com escrita Braille – verá que poupa dinheiro, não obstante, o facto de não conseguir adquirir o que necessita.
 Só por hoje, não fale. Procure exprimir-se com gestos e expressões faciais. Só por hoje aprenda o básico da linguagem gestual.
 Só por hoje, seja empático com o surdo. Não oiça. Aprenda a ler os lábios dos que falam. Só por hoje veja televisão sem som. Compreenda os outros sem os ouvir. Desperte os seus sentidos de visão, olfato e tato.
 Só por hoje, coloque-se, de facto, no lugar do outro. Sinta e aja como se fosse. Ajude a mudar o modelo mental vigente para que gradualmente haja uma maior inclusão das pessoas com uma qualquer deficiência Só por hoje.


24.11.12

NISA: Sol de Outono iluminou 500 Anos do Foral manuelino










A vila de Nisa esteve em festa no passado domingo, dia 18, para assinalar os 500 Anos da concessão do Foral Manuelino. As comemorações estiveram marcadas para dia 15 de Novembro, a data exacta da atribuição de tão importante documento, mas teve de ser adiada devido às más condições atmosféricas, com excepção do acto inaugural de uma exposição de trabalhos dos alunos da Escola EB 1 de Nisa, alusivos ao “Foral de Nisa” e que está patente no átrio do Cine Teatro.
No domingo, sem grande pompa e circunstância e com algum povo espalhado pelas ruas para ver o cortejo histórico cumpriu-se o programa a preceito, com o Desfile da Corte para a entrega do Foral e que percorreu algumas das principais artérias da vila, ao som dos Bombos de Nisa, gaita-de-foles, cavaleiros e peões, representando, simbolicamente, aspectos da época quinhentista.
O desfile terminou nas Portas de Montalvão, onde tiveram lugar os actos solenes da entrega e proclamação dos direitos e deveres constantes do Foral, seguindo-se a actuação dos grupos "Mantas Orelos", Domingos e Dias Santos que animaram a festa popular, a que não faltou o competente Magusto.
Refira-se que o Foral Manuelino de Nisa, à semelhança da generalidade dos forais alentejanos, foi concedido na segunda década de Quinhentos. A feitura do foral novo de Nisa obedeceu a um protótipo e esteve a cargo do calígrafo Fernando Pina, "que o fez escrever em onze folhas", devidamente numeradas. O iluminista terá sido Francisco Peres, em cujos trabalhos figuravam primordialmente flores e folhas.
Os Novos Forais – Forais Manuelinos - tinham como objectivo demarcar os limites territoriais estabelecendo as relações económicas e sociais entre as entidades outorgadas e as outorgantes, definindo os tributos a pagar pelos primeiros e tinha acima de tudo um carácter fiscal. Eram discriminados os lugares no concelho e descriminadas as dívidas à coroa que eram pagas em géneros alimentícios ou dinheiros reais. Estes forais foram reunidos no chamado Livro dos Forais Novos.
Texto: Mário Mendes
Fotos: Mário Mendes, Jorge Nunes e António Miranda

23.11.12

À FLOR DA PELE - Subsídios para a História da Toponímia de Nisa (1)


As ruas, tal como as pessoas têm a sua história. Histórias onde entram muitas outras, mais pequenas, pedaços de épocas tão diferentes e nas quais se entrecruzam a tristeza e a alegria, a dor e a festa, a guerra e a paz, o individual e o colectivo.
As ruas, tal como as pessoas, também têm um nome: nomes que podem dizer muito, quase tudo, ou que nada significam. Algumas até, tiveram já vários baptismos, no bom estilo “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, sofreram atentados e amputações, “viram” desaparecer um riquíssimo património histórico-cultural.
As ruas, as terras, são um pouco do que nós somos e, fazendo parte da nossa memória colectiva, da nossa identidade sociocultural merecem que olhemos para elas com consideração e respeito.
Deixemos o alerta e caminhemos...
A PRAÇA
O lugar mais importante
Que temos na nossa terra,
É a Praça do Município
Que tanta beleza encerra.

Tem uma bonita Igreja
E uma centenária Fonte;
A Câmara, o Asilo
E o Pelourinho defronte. (1)
Há em todas as terras do Alentejo, um espaço que povoa as memórias de infância, confluência de novos e velhos, retiro de brincadeiras e vivências que o tempo não consegue apagar.
Manuel da Fonseca descreve-o, admiravelmente, como “o Largo”.
O Largo, em Nisa, era a Praça, centro das nossas atenções, quartel-general improvisado de tantas brincadeiras, de grandes “conspirações” e não menos famosos planos de aventuras, em que a fantasia era fértil. A Praça, foi o meu berço e residência de infância…
Ali jogávamos à bola, com a redondinha feita de trapos enfiados numa meia, os pés descalços, sentindo a rudeza do solo e com o imenso terreiro por nossa conta, até que os gritos do rapazio incomodassem os senhores da Câmara e nos mandassem, como saudação, a guarda (pouco) republicana. Depois era a debandada geral...
A Praça tinha um rosto diferente nesse tempo. Eram raros os automóveis, dois metros e pouco de calçada portuguesa em toda a volta e a parte central, em terra batida, era zona conquistada por nós.
Bola, jogo do pião, da pata, hóquei (sem patins e sem calçado que o tempo não se compadecia com esses luxos), uns cajados de improviso, imitando os sticks do Velasco, Moreira, Adrião e Bouçós, hoquistas elevados à categoria de heróis e que mantinham bem alto a nossa auto-estima patriótica.
Hoje, está transfigurada a Praça. A taberna à esquina da Ruinha, onde os rapazes das sortes e os acompanhantes das bodas faziam paragem obrigatória, deixou de existir.
 Um canteiro ajardinado, minúsculo, ocupa agora o espaço onde outrora estava a casa em que nasci, no extremo com a Rua Direita.
Do enorme espaço central, ficou apenas uma sentida recordação.
É certo que agora a Praça tem laranjeiras em volta, bancos de pedra, um jardim e, bem no centro cumpriu-se um dos desejos que o professor José Francisco Figueiredo já não chegou a ver concretizar: a implantação do pelourinho, símbolo do poder municipal.
Concluíram-se as obras em 1969 e as autoridades municipais devem ter tido um trabalhão para conseguirem reunir os diversos elementos em mármore, do pelourinho, espalhados por vários locais de Nisa.
Na Praça, um belo edifício religioso: a Igreja da Misericórdia, entalada entre o antigo Hospital do mesmo nome e o edifício da Câmara. A igreja remonta ao século XVI.
A seu lado, a casa sede do Município. Do século XVIII e, primitivamente, mais pequeno que o actual. (2)
Ainda na Praça, além do imponente edifício da Fundação Lopes Tavares, onde funciona actualmente a Misericórdia de Nisa, uma bela fonte em cantaria: a Fonte do Frade.
Diz o prof. José Francisco Figueiredo na sua Monografia da Notável Vila de Nisa que a fonte foi concluída em 1726 tendo um alto e sólido frontispício de granito, duas bicas, espaçoso chafariz e a nascente era a mais abundante de todas as fontes de outrora.
A Fonte do Frade foi implantada no caminho de Nisa para a Senhora da Graça, mais ou menos no sítio onde hoje estão as ruínas do antigo lavadouro municipal. Dizem-nos pessoas idosas que a fonte ocupava uma área bastante maior do que aquela onde hoje se encontra na Praça.
Voltamos à Praça do Município e à fonte. Aqui vinha o ti Camilo buscar água para o seu jumento e para abastecimento próprio. Dali se abasteciam a maior parte das casas da Vila, até à implantação da rede domiciliária de águas.
Ali se realizou, na fonte, um dos poucos e mais belos documentários feitos pela RTP, em 1962, por intermédio do nisense Baptista Rosa.
É esta a Praça nova, moderna, socializada. Cruzam-na a toda a hora os automóveis, as pessoas apressadas e de papelada na mão.
Os velhos, no Verão, aceitam o desconforto dos bancos de granito, em troca da sombra e de uns momentos de conversa.
Desapareceu aquele espaço térreo onde brincávamos até para lá do sol posto, corríamos, saltávamos ou atirávamos o pião e a pata.
O grande largo que se tornava pequeno, quando, a uma voz, fugíamos a sete pés à frente da Guarda.
Está ali a Praça. Moderna, bela, funcional, para certos gostos. Colocaram o pelourinho numa redoma, cercado de arbustos que são árvores, de placas de identificação que nada informam, esconderam-no, literalmente, como se fosse algum monstro e não motivo de orgulho, história e memória.
Atravancada de carros e de obstáculos, a Praça é apenas uma imagem travestida daquele largo enorme e nosso, onde se ouviam os pregões do ti Relvas, as imprecauções do Adolfo e passavam as procissões, em cadência solene, sobre o chão atapetado de flores e verdura.

A PORTA DA VILA
A Rua Direita, que deixámos para trás, há-de merecer um escrito próprio. Estamos na Porta da Vila, principal entrada da primitiva Nisa e que D. Dinis mandou edificar.
 Ao espaçoso largo defronte, o mais central e monumental de Nisa, foi posto em 1919 o nome de Serpa Pinto, numa homenagem dos edis da altura aos feitos do explorador luso que desbravou o sertão africano.
Em 1981, novo baptismo. Por deliberação da Assembleia Municipal e no âmbito das comemorações dos 700 anos da fundação da vila, pretendeu-se homenagear o Dr. António Granja, ilustre médico, homem simples e dedicado ao bem comum, adversário do regime salazarista, republicano convicto, dando ao largo o seu nome.
A decisão do executivo municipal, não correspondeu, no entanto, nem à letra nem ao espírito da proposta.
O nome do insigne médico deveria ir para uma nova rua, das diversas que na altura se abriram. Nunca ao principal largo de Nisa.
Pior ainda foi feito com o busto do Dr. António Granja.
A solução arquitectónica de conjunto não foi a mais feliz e está em oposição ao carácter do médico e do cidadão de grande dimensão social que foi o Dr. Granja.
Um busto simples num espaço ajardinado no centro, como aquele que antes existia, estaria mais a condizer com o viver simples e o cidadão de corpo inteiro que foi o Dr. Granja.
Quanto ao largo, por muitas voltas que a terra dê  e por muitas designações que lhe ponham há-de ser sempre o da “Porta da Vila”.
Porta da Vila, entrada no “Japão” e na “Vila”, um espaço de memórias e vivências que toca, bem no fundo, a cada um dos nisenses.
A Porta da Vila era o “centro do mundo”. Um rodopio de gente a entrar e a sair, as inúmeras lojas de mercearias e salsicharia, padaria, de venda de frutas e hortaliças, sapateiros, barbeiros, farmácia e até, pasme-se, de electrodomésticos.
O primeiro café de Nisa “nasceu” ali, em Dezembro de 1945 e chamava-se “Restauração”, situado nos baixos da casa do senhor Carmona. Havia também, mais antigo e com o pomposo nome de Cervejaria (e casa de chá), o estabelecimento do senhor António Alberto, uma simpatia, e da senhora Joana, frequentada, sobretudo, pelos professores primários. Era ali que se compravam os “bolinhos da poupinha”  e os rebuçados de meio tostão e nos sujeitávamos, por mais um rebuçado, a um “carôlo” brincalhão do senhor António Alberto.
A Porta da Vila era um espaço de vida e de liberdade acorrentada. Por ali passavam inúmeras vezes, principalmente á noite, os guardas-republicanos, na sua farda azul escura com laivos verdes, vigiando o largo e as pessoas, “promovendo” a manutenção da boa ordem social.
Ao menor sinal de reunião de três ou mais pessoas surgia logo o aviso: “Nada de ajuntamentos, toca a dispersar!”. Tempos tenebrosos, esses, em que a brincadeira de crianças ou a conversa entre adultos eram motivo de suspeita, de incriminação e, quantas vezes, de ida ao posto.
Hoje, está vazio o largo. Vazio de gente, de iluminação, de vida, de alegria. Mete dó, o principal largo histórico da minha terra. Há ali floreiras sem flores, casas sem gente, degradadas, a necessitarem de cara lavada e reparação urgente. Noutras terras, a edilidade preocupa-se com estas coisas. Aqui, para ser diferente, cria entraves, coloca barreiras, instala burocracias que estimulam o desleixo e o abandono.
Na Porta da Vila começa o “centro histórico” de Nisa. Nome pomposo para a zona habitacional mais degradada da vila e para a qual têm “chovido” projectos e intenções nunca concretizados.
Vou caminhando, o largo fica para trás e a ele voltarei. Recupero a imagem de bonomia do senhor António Alberto, a dinâmica e o frenesim do dr. Aniceto, a alma boa e generosa da senhora Josefa Cebolais, o aprumo e a arrumação da mercearia do senhor António Jorge e lanço ainda um último olhar para o local onde esteve a sapataria na qual meu pai ganhava o seu pão.
Mário Mendes in "Alto Alentejo" - 7/11/2012
(1) - Paralta, Maria de Lourdes - "Memorial em verso da notável Vila de Nisa, sua história, gentes, usos e costumes"
(2) - Figueiredo, José Francisco - "Monografia da notável Vila de Nisa"

22.11.12

NISA: Memória do Cine Teatro (Novembro de 1941)

"Cleópatra" abriu a programação do Cine Teatro de Nisa no mês de Novembro de 1941. Fosse pela qualidade do filme e ou dos intérpretes, ou apenas por se tratar de dia feriado, a sala de espectáculos de da Praça da República registou a presença de 308 espectadores.
Destaque, ainda, neste mês, para a exibição de outro filme de grande gabarito "Monte dos Vendavais", com 300 assistentes.
A população de Nisa sempre gostou de cinema, não apenas pela falta de outro tipo de divertimentos, mas porque o grande écran, as imagens, as cenas e a música que nele passava, representavam um "corte" com as agruras de uma vida difícil e projectavam nos espectadores não só o conhecimento de outras realidades como os sonhos de uma vida melhor, a viagem, nunca ou poucas vezes concretizada, para lá dos limites do concelho.
Nisa tem uma sala "soberba", moderna, funcional, com conforto e condições acústicas excepcionais, como recentemente foi elogiada. Custa a crer que os responsáveis camarários - que ali mantém um corpo, considerável, de funcionários, não tenha verbas para promover a exibição regular de filmes, de projectar e dinamizar a cultura, uma das suas principais obrigações.
Nisa está sem cinema há dois anos. É uma afronta para os nisenses e a uma sala que tanto custou a recuperar.
Que triste é dizê-lo, mas uma Câmara que não consegue promover a cultura, dinamizar os equipamentos culturais de que dispõe, não é digna das funções que ocupa e das atribuições que lhe estão cometidas...
Mário Mendes

21.11.12

Idalina Trindade é a candidata do PS à Câmara de Nisa

Maria Idalina Alves Trindade, advogada, actual vereadora no executivo municipal é a candidata do Partido Socialista à presidência da Câmara Municipal de Nisa, nas eleições autárquicas a realizar em Outubro de 2013.
A decisão foi tomada em recente reunião dos socialistas nisenses e colheu a quase unanimidade dos militantes que através de voto expressaram o seu apoio à recandidatura da autarca do PS.
O segundo lugar da lista a apresentar pelos socialistas à Câmara de Nisa deverá ser ocupado pelo actual vereador Francisco Sena Cardoso, numa clara demonstração de apoio pelo trabalho desenvolvido.
Maria Idalina Alves Trindade para além de vereadora na Câmara de Nisa durante o mandato de 1994/1997 e entre outros cargos, desempenhou ainda as funções de chefia na Direcção Regional do Ministério da Agricultura e na Coudelaria de Alter.
O Partido Socialista é, assim, ainda que não oficialmente, a primeira formação política do concelho de Nisa a indicar a sua candidatura ao executivo do município nisense.

NISA: Memória do Cine Teatro (Novembro de 1940)


Em Novembro de 1940, a empresa do Teatro Nisense Lda promoveu cinco espectáculos, um dos quais de Teatro, com a peça "Abelha Mestra" representada pela Companhia Teatral Aura Abranches. A receptividade não foi a habitual neste tipo de espectáculos, que geralmente registavam "casa cheia", sendo o espectáculo presenciado por 196 espectadores que deixaram nas bilheteiras a importância de 1.051 escudos.
O filme "Tempestade nos Andes", com 317 espectadores foi o mais visto nesse mês de Novembro de 1940, ainda que "Abuso de Confiança" com menos presenças (310) deixasse maior receita nos cofres da bilheteira.

ENCONTRO DE BANDAS EM NISA




Um "vendaval" de música de qualidade
O Cine-Teatro de Nisa viveu um espectáculo inédito na noite de 17 de Novembro de 2012. O tempo não estava convidativo mas a música foi apelativa e convenceu os que tiveram a coragem de deixar o conforto dos seus lares. Com organização do Inatel e apoio do município de Nisa e da Sociedade Musical Nisense realizou-se um encontro de bandas coroado com três belos concertos de algumas das prestigiadas bandas filarmónica filiadas na Federação de Bandas do Distrito de Portalegre. O reportório foi muito bom e bem escolhido pelos maestros e o público ficou bastante agradado e mesmo surpreendido com a qualidade das bandas, com o trabalho dos maestros e direcções e com a enorme quantidade de jovens presentes nas três "velhinhas" bandas.



A noite começou com um surpreendente concerto da Filarmónica do Crato, muito bem dirigida pelo jovem maestro cratense Humberto Damas. Evidenciou qualidade e equilíbrio e patenteou um bom reportório. Seguiu-se a Banda Municipal Alterense que também foi do agrado do público tendo sido a menos efusiva, cumpriu bastante bem o que se esperava dela, dirigida com elevação pelo maestro alterense, Virgílio Vidinha. Por fim, o espectáculo terminou de forma algo apoteótica com a banda local, a Sociedade Musical Nisense, superiormente dirigida por mais um maestro da terra, António Charrinho, um prodígio da música e que merece o maior destaque pelas suas qualidades humanas e técnicas (musical, composição, pintura, canto, etc., etc.). A nossa congénere nisense está em grande forma e a fazer um trabalho notável de enriquecimento humano da banda desde há uns anos a esta parte e os frutos estão cada vez mais à vista consubstanciados no maior núcleo de músicos com mais de 30 anos de idade do distrito. Todos os temas foram da autoria do maestro Charrinho e a qualidade dos mesmos é de pasmar, ficou como destaque o "Alegria" do Cirque du Soleil, simplesmente genial e uma pedrada no charco no nosso panorama musical.


Enfim, é um privilégio ser ao mesmo tempo músico de longa data e acumular a função de Presidente da Direcção da Federação das Bandas Filarmónicas do Distrito de Portalegre porque se assistiu a uma excelente jornada de boa música e porque as três bandas exalaram qualidade, juventude e futuro. O panorama nacional não está fácil mas as nossas bandas, na sua maioria, estão a fazer o seu trabalho. Resta que a sociedade, as localidades com banda e o poder político municipal e nacional não feche os olhos a tão bom trabalho em prol da defesa das nossas raízes musicais e, não menos importante, no ensino e na ocupação saudável dos tempos livres de muitos jovens abrindo-lhes perspectivas de futuro e maior nível cultural. Felizmente muitos jovens estão a enveredar por cursos superiores de música e aguarda-se que tragam para as suas bandas os seus conhecimentos.
Bem-haja ao Inatel pela proposta e pela organização deste certame, que pode e deve ser repetido noutros locais com estes e outros agentes porque felizmente há muitos mais casos de sucesso no nosso distrito.
in "Alto Alentejo" - 21/11/2012
Miguel Baptista - Presidente da Direcção da FBFDP (texto) – Mário Mendes (fotos)

20.11.12

NISA: 500 Anos do Foral na objectiva de Jorge Nunes



 
 

 
Programadas inicialmente para o dia 15 de Novembro, as comemorações dos 500 Anos do Foral manuelino de Nisa tiveram de ser adiadas devido ao mau tempo, para dia 18 (domingo).
A objectiva de Jorge Nunes registou alguns dos momentos mais importantes das celebrações que decorreram na vila. Fotos que aqui reproduzimos, com especial agradecimento ao seu autor.

14.11.12

NISA: CDU contra a extinção de Freguesias

A CDU desde sempre tomou uma posição pública e frontal contra a extinção / agregação de qualquer das freguesias do concelho de Nisa
A Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território (UTRAT) apresentou à Assembleia da República pareceres e propostas de reorganização administrativa das freguesias. Estas propostas, dão sequência às posições defendidas pelo governo que apontam para a extinção / agregação de freguesias.
No que respeita ao concelho de Nisa a proposta da UTRAT prevê a redução de três freguesias, com a agregação das duas freguesias da sede de concelho com a freguesia de S. Simão e propõe ainda a agregação das freguesias de Amieira do Tejo e Arês.
Em coerência com a posição que sempre assumiram e defenderam, os eleitos da CDU na Câmara, na Assembleia Municipal, nas Juntas e nas Assembleias de Freguesia apresentaram propostas de deliberação contra a extinção de Freguesias no Concelho de Nisa.
A CDU opõe-se à Reorganização Administrativa da Administração Local pretendida pelo Governo do PSD/CDS
porque esta é baseada em critérios artificialmente criados, em interesses meramente economicistas, e ignora a história, a vivência e a tradição de cada local, negando à população séculos de história da sua existência.
A CDU manifesta oposição à liquidação de qualquer das Freguesia existentes no Concelho de Nisa,
por aquilo que representam e pela sua importância para a população.
A CDU afirma solidariedade com as populações
na defesa da sua identidade, e dos órgão de poder local que respeitam a proximidade, o desenvolvimento e a coesão territorial.
A Comissão Coordenadora Concelhia de Nisa da CDU – Comissão Democrática Unitária
NR: CDU = a Coligação Democrática Unitária

13.11.12

NISA: Memória do Cine Teatro (Novembro de 1939)


"Shirley, soldado da Índia", filme realizado por John Ford e produzido por Darryl F. Zanuck, dois "monstros sagrados" do cinema mundial, teve estreia em 1937 e apesar de contar no elenco com a surpreendente Shirley Temple é, talvez, um dos filmes menos conhecidos da cinematografia de John Ford. Exibido em Nisa no dia 5 de Novembro, teve uma assistência de 551 espectadores que deixaram nas bilheteiras uma receita de 1.181 escudos, valor que, quase na totalidade reverteu a favor da Banda Municipal de Nisa, promotora do espectáculo, tendo a empresa Cine Teatro Nisense Lda, a  exemplo do que fazia com outras associações, cedido a sala gratuitamente.

9.11.12

NISA: Comemorações dos 500 anos do Foral Manuelino


Nisa vai assinalar no dia 15 de Novembro, os 500 Anos da concessão do Foral Manuelino.
PROGRAMA
10h - Inauguração da exposição temática "O Foral de Nisa", elaborada pelos alunos da Escola EB1 de Nisa, no Cine Teatro.
Passeio com os alunos por alguns locais da vila com interesse arquitectónico - séc. XVI.
20,30h - Início do Desfile da Corte para a entrega do Foral, desfile que percorrerá algumas ruas da vila ao som dos Bombos de Nisa e gaita de foles.
Actuação do grupo "Mantas Orelos" e Magusto junto às Portas de Montalvão.
O Foral Manuelino de Nisa, à semelhança da generalidade dos forais alentejanos, foi concedido na segunda década de Quinhentos. A feitura do foral novo de Nisa obedeceu a um protótipo e esteve a cargo do calígrafo Fernando Pina, "que o fez escrever em onze folhas", devidamente numeradas. O iluminista terá sido Francisco Peres, em cujos trabalhos figuravam primordialmente flores e folhas.
Os Novos Forais – Forais Manuelinos - tinham como objetivo demarcar os limites territoriais estabelecendo as relações económicas e sociais entre as entidades outorgadas e as outorgantes, definindo os tributos a pagar pelos primeiros e tinha acima de tudo um carácter fiscal. Eram discriminados os lugares no concelho e descriminadas as dívidas à coroa que eram pagas em géneros alimentícios ou dinheiros reais. Estes forais foram reunidos no chamado Livro dos Forais Novos.

FREGUESIAS: Declaração do Presidente da Assembleia Municipal do Crato

 "A Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território apresentou à Assembleia da República a sua proposta de extinção de Freguesias, na qual se inclui a proposta de extinção das freguesias de Flor da Rosa e Vale do Peso.
O Presidente da Assembleia Municipal do Crato, manifesta, mais uma vez, o seu mais vivo repúdio perante tal proposta, entendendo que a Reorganização Administrativa imposta pelo Governo PSD/CDS configura um ataque à estrutura democrática do País e à descentralização administrativa e de autonomia financeira da gestão do Poder Local Democrático, acentua a desertificação, o despovoamento e o empobrecimento do interior.
Esta medida resulta diretamente das decisões do Governo PSD/CDS e do PS que assinaram o acordo com a TROIKA.
Hoje, os partidos e aqueles que admitem a possibilidade de extinção de freguesias, serão os mesmos que amanhã admitirão a extinção de municípios.
Por isso, exorto todos os órgãos autárquicos e respetivas populações a lutarem, exigindo a manutenção das suas Juntas de Freguesia."
Crato, 9 de novembro de 2012
O Presidente da Assembleia Municipal do Crato
 

NISA: Encontro de Bandas Filarmónicas



No próximo sábado, dia 17 de novembro, pelas 21h00, decorrerá no Cine-Teatro de Nisa um Encontro de Bandas Filarmónicas, com a intervenção da Filarmónica do Crato, da Banda Municipal Alterense e da Sociedade Musical Nisense.
O Encontro de Bandas Filarmónicas é promovido em parceira pela Fundação INATEL e pela Câmara Municipal de Nisa. O espetáculo, com entradas gratuitas, para além procurar divulgar o extraordinário trabalho que as Bandas Filarmónicas se encontram a desenvolver, preservando e valorizando a Música Filarmónica na Região e no País, pretende, igualmente, proporcionar à comunidade local a possibilidade de assistirem a um espetáculo representativo da riqueza e diversidade das práticas musicais amadoras.

7.11.12

NISA: Memória do Cine Teatro (Novembro de 1938)


 
Em Novembro de 1938, registo de mais uma grande assistência a um filme português: "Os Fidalgos da Casa Mourisca". Estreado em 22 de Junho de 1938 no cinema Odeon, o filme realizado por Arthur Duarte e tendo como principais intérpretes Henrique de Albuquerque, Teresa Cabral e Tomás de Macedo conseguiu atrair ao Cine Teatro de Nisa, 563 espectadores.
Neste Novembro de 2012, não tão "doce" como o título do filme com o mesmo nome, a programação da sala de espectáculos é a seguinte:
Dia 17 - 15h . "Madagáscar 3" (Dobrado) 2D
Dia 23 - 21h - "Terapia a Dois"
Dia 30 - 21h - "O Legado de Bourne"
Cinema, drama, aventura, divertimento, emoção,  numa sala perto de si.
Ali, a dois passos, em Vila Velha de Ródão...

Nossa Senhora da Graça - Rainha dos nossos santos e santas



Espiritualidade é processo e conhecimento em construção.
A devoção a Nossa Senhora da Graça é caminho de amor, dignidade, vivência e fraternidade .
Urge conhecer e registrar, produzir, articular, ampliar e divulgar saberes sobre Espiritualidade., religiosidade a Nossa Senhora da Graça.
A compreensão da religiosidade a Nossa Senhora da Graça vetor importante a eleger para a própria prática cidadã, por acolher e valorizar expressões ,especificidades e significados de diversa ordem cultural dos fiéis.
No tempo imediatamente circundante ao Dia de Todos os Santos, em que se recordam todos os santos e santas, homens e mulheres da nossa terra, que se alcandoraram a esse título por força da sua grandeza moral, intuíamos em JNisa uma a atmosfera espiritual e religiosa forte, intensa, de grande respeito, no rosto dos nossos conterrâneos , era notória a emoção pela época e por tantos que saudosamente recordamos.
Santos s santas , homens e mulheres da nosssa terra, santos e santas por força da sua aptidão para o bem, a ajuda aos outros.
Já agora registo haver notado no comum das pessoas da minha terra ,na forma perdoe-se-mos a veleidade desse público parecer progresso espiritual notório, observável na forma especial como se saudavam.
Nossa Senhora da Graça, a Rainha de Todos os nossos Santos, homens e mulheres, gente da nossa terra, com vidas que pareceram comuns a muita gente,mas que nunca se deixaram cair abaixo dos limites vulgares da inferioridade moral e espiritual, esquecer a nossa Raminha ,Nossa Senhora da Graça, seria a maior das ofensas aos nossos maiores antepassados e ilustríssimos conterrâneos.
Sabido é com que afeto particular Nossa Senhora Da Graça acompanha a mossa terra . e neste Dia de Todos os Santos a enorme multidão de santos e santas -
E não me espantaria ver, se tal diagrama fosse fisicamente visível , o espectro permanentes de fluxos de luz na dimensão do sagrado distribuindo uma energia nova , numa comunhão de alegria , porque a morte não é necessámernte tristeza se tudo soubermos aceitar. como valores e bênçãos com que Nossa Senhora da Graça 2companha a mossa terra , bem como a multidão de santos e santas que a seguem..
2 - Passar, estar em Nisa nesta época em que recordamos todos homens e mulheres da nossa terra que hoje estão no espaço sagrado, por força da sua santidade na sua vida física na Terra, parece.-me cdiferente de outras épocas ou dias.
Como que nos envolve uma ambiência , uma mistura de espiritualidade e humanidade, a que não será alheio o acompanhamento desses homens e dessa mulheres cujo espírito por força das suas virtudes pode ter e tem dinâmicas que a nossa pobrezaq e ignorância de conhecimentos e de insuficiente pureza de alma não deixa ver.
Como Rainha de todos os santos e santas, Nossa Senhora da Graça .a quenm me dirigi em momento perplexo de abstração....Meus bons Amigos João Narciso e Maria da Cruz ... só agora soube da vossa dor , abraço-vos com o maior dos afectos..
Sei que a vossa formação moral é superior e tal sofrimento pela perda do vossso querido filho não tem limites, mas a luz que ele possui há-de superar e suavizar a vossa dor levando-vos a aceitar o q ue custa tanto, e levando à conclusão que as vossas visas passaram a ter valor que o sofrimento visto isoladamente não deixaria entender.
E assim.na sua missão onde está pode ajudar tanta gente , embora nós não entendamos.
De qualquer modo essa luz evidencia-se na expressão das pessoas, na beleza da nossa gente, E mesmos os que passaram por tantos sofrimentos expressam nos seus rostos o carinho que lhes vai dentro.
Fico feliz com o que vejo, a troca ,, o abraço fraterno, e o reerguer de tantos atingidos por perdas tão grandes.
Vejo em Nisa mais espiritualidade, mais religiosidade.
3 - A religiosidade expressa naturalmente uma subjacente maior dinâmica cultural, mas mais nos parece que a religiosidade à volta de Nossa Senhora da Graça que os nossos conterrâneos que nos precederam e tanto cultivaram ,cujas memórias . urge trazer igualmente a plano relevante nos textos existentes, e, há a premente necessidade de valorizá-los., compreendê-los, estudá-los, enquanto linguagens sociais, culturais, donde e por consequências resultam ricas ...realidades. históricas, donde o valor ou valores , a que enriquecem a nossa terra, enfim redundam em importante relação com as ditas memórias e narrativas em torno desse referencial de religiosidade.., que é NossaSenhora da Graça.
Donde, mais esperança e seremos mais felizes.
A Nosssa Rainha da Paz, a Senhora da Graça, providenciará quer colectiva quer pessoalmente.
Mais esperança e seremos mais felizes.
Pelo que a necessidade de valorizá-las e compreendê-las enquanto linguagens sociais, culturais, a que se reportam, fortalecem seus laços identitários, recuperam os sentidos do viver,... e fazem com que as dificuldades do dia a dia pareçam diminutas frente às expressões de fé, devoção e encontro com o sagrado, impondo-se aos sujeitos e respectivos grupos sociais.
Se a nossa fé o consentir ,Nossa Senhora da Graça há-de continuar a mediar a medida da graça necessária bem como a misericórdia pata todos os nossos conterrâneos orientando-os .para um caminho reto e feliz
João Castanho
 

É de Nisa, a melhor atleta portuguesa na Maratona do Porto

LÍDIA PEREIRA, UMA ATLETA CONSAGRADA
Nasceu em Nisa, há 45 anos e foi a atleta portuguesa melhor classificada na 9ª Maratona do Porto EDP, prova de atletismo realizada no passado dia 28 de Outubro.
Lídia Pereira conseguiu um excelente 6º lugar, logo atrás da "armada africana" constituída por atletas etíopes e queniana, num registo classificativo que nem sequer é inédito para a atleta nisense, a correr com as cores da Casa do Povo de Mangualde, cidade onde reside.
Em 2010, Lídia Pereira subiu ao pódio da competição feminina ao classificar-se em 3º lugar, sendo a melhor atleta portuguesa, logo atrás de duas atletas quenianas.
Este ano, a atleta nisense soma já diversos êxitos em provas como o campeonato nacional de Corta-Mato, onde se sagrou campeã nacional de veteranos femininos com a equipa da Casa do Povo de Mangualde, o 3º lugar na Maratona de Bilbau e a vitória na Maratona de Badajoz, para além de ter alcançado o 3º lugar do pódio na Ultra Maratona Atlântica Melides-Tróia, prova onde passou a ser a segunda melhor portuguesa de sempre.
Aos 45 anos, Lídia Pereira promete não parar e tudo fazer para continuar a dar muitas alegrias a todos aqueles que a apoiam e seguem a sua brilhante carreira.
Mário Mendes in "Alto Alentejo" - 7/11/2012

4.11.12

NISA: Memória do Cine Teatro (Novembro de 1937)


O Dia de Todos os Santos, era dia de cinema em Nisa. Em Novembro de 1937, o filme português "Bocage" era exibido pela segunda vez e teve uma assistência de 430 espectadores.
"Doido com Juízo", segundo alguns especialistas, o melhor filme de Frank Capra, com Gary Cooper e Jean Arthur nos principais papéis também passou pela velhinha sala do Cine Teatro de Nisa, nesse distante mês de Novembro de 1937.
Seis anos depois de inaugurado, a sala de espectáculos de Nisa fazia as delícias dos cinéfilos e justificava, amplamente, a aposta feita por bairristas nisenses.
Imperava o amadorismo, mas o principal objectivo da empresa do Cine Teatro Nisense Lda -proporcionar a fruição de espectáculos culturais - era cumprido à risca e muitas vezes com risco e arrojado esforço financeiro.
Fechado para "balanço", em termos de exibição cinematográfica, desde há 3 anos, bom seria que a Câmara Municipal, administradora do espaço, retomasse a exibição regular de filmes, principalmente agora que anuncia alguma "folga financeira".
Quando terão os nisenses oportunidade de voltar a ver CINEMA na sala do "Norte Alentejano"?
Mário Mendes