30.11.14

ALPALHÃO: Monumento natural a visitar


Pedra do "Focinho de Porco"
(Ditos dos habitantes de Alpalhão) *
"No caminho que dá acesso à capela de Nossa Senhora da Redonda, existe uma enorme
pedra cujas características se parecem muito com o focinho de um porco, nome que lhe é atribuído pelo seu povo. Em frente surge, por vezes, um pequeno lago sobre a cavidade na pedra e na qual está gravada uma pequena cruz, que dizem perpetuar a história de uma velha que no fundo do dito lago guardava as suas moedas. Um dia, para lhas roubarem, foi morta por desconhecidos.
Poema ao dito
Naquela pedra de grande porte
Que nos legou a natureza
Aparece-nos o "Focinho do Porco"
Que é uma autêntica beleza.

Inspiro em sua defesa
A Junta e a Câmara Municipal
Façam p´ra que esta secular beleza
Perpetue, como monumento regional.

Incluindo-o no seu foral
Divulgando-o com expansão
E ali iriam admirá-lo
Muitos filhos da Nação.
* Joaquim Carrilho Capelão (Nov. de 1992)

OPINIÃO: Justiça popular e sem filtro

Na mesma semana que entrava em atividade o vulcão “Pico do Fogo”, na Ilha do Fogo em Cabo Verde, por cá assistíamos a um verdadeiro terramoto institucional com epicentro na elite política nacional. Casos de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal são as principais acusações de que são alvo algumas da figuras mais destacadas do universo político/financeiro dos últimos anos neste pequeno país que ocupa o 33º lugar, entre 176 países, no Índice de Perceção da Corrupção 2012, tornando-se assim como um dos países mais corruptos da Europa.
Todos vamos tendo a perceção, cada vez mais apurada, que existem elevados indicies de corrupção no nosso país, desde a chamada “cunha” para arranjar um emprego ou outros casos mais complexos que envolvem “luvas” nos negócios entre um estado-comprador e uns privados-vendedores.
Aparentemente as instituições do estado democrático parecem estar a funcionar, digo aparentemente, porque umas parecem estar a cumprir o seu dever, outras vão além das suas obrigações e outras não fazem rigorosamente nada. Dito isto, parece-me que a justiça, uns dos pilares do estado democrático, nos últimos anos, tem extravasado, por vezes, as suas funções, principalmente no modo como tem atuado, discriminado de forma negativa alguns dos envolvidos nesses processos mediáticos, sujeitando as pessoas, inocentes até prova em contrário, a um verdadeiro julgamento popular nos média. E será isto salutar numa sociedade que queremos mais justa e igualitária?
O que temos assistido nestes últimos dias é a um verdadeiro “reality show” televisivo, ao melhor da “casa dos segredos”. Chamem a isto, justiça? Desculpem lá!
O modus operandi, na detenção, investe um carácter de filme de Hollywood, envolvendo um grande aparato, de som, luz e ação. No momento, saem umas notícias, que são obtidas furando o chamado segredo de justiça, de preferência para um tabloide tipo “Correio da Manhã” ou “Sol”, controlando-se assim desta forma o julgamento popular através dos jornais e das televisões, que transmitem em direto, momentos de nada ou de coisa nenhuma.
É assim desta forma obtusa que funciona a nossa justiça, para depois, passado uns anos produzir prova e julgar os presumíveis culpados, que vão a tribunal apenas para formalizar uma situação que já por si está definida desde o início do processo mediático, chamado de justiça popular sem filtro.
O direto na televisão deixa-nos ver para lá das paredes do tribunal, expõem as pessoas como numa montra do comercio da avenida ou do centro comercial, através dos vidros foscos de um campus da justiça, espaço físico que não dignifica a instituição que outrora tinha direito a uma simbologia própria e a um palácio da justiça erguido em pedra firma e solida. A justiça também necessita de recuperar alguns dos seus símbolos próprios e identificativos, que foi perdendo pela voracidade do tempo.
Um tempo que deixou de ser seu, o tempo da justiça, passou a espaço mediático, e com isso terá que se adaptar de forma clara e sem rodeios a uma nova forma de produzir sentenças mais transparentes e concretas, no momento, sob pressão de descredibilizar-se e fazer implodir todo o sistema democrático.
JOSÉ LEANDRO LOPES SEMEDO

27.11.14

CANTE ALENTEJANO: É Património Imaterial da Humanidade

Decisão tomada hoje na sede da UNESCO, em Paris
O Cante Alentejano conquistou o título de Património Cultural Imaterial da Humanidade, após a decisão tomada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), hoje, dia 27 de Novembro.
Esta manifestação cultural do povo alentejano viu assim reconhecido o seu valor universal após um longo processo que, liderado pela Entidade Regional de Turismo e a Câmara Municipal de Serpa – com a colaboração de outras entidades públicas e privadas do território – teve início em 2011, com a preparação dos trabalhos técnicos e científicos que sustentaram a candidatura.
Valorizar e salvaguardar um bem único da Região – um dos símbolos maiores da identidade, tradição, força e caráter do povo que o expressa e preserva – foram as premissas base do projeto de âmbito regional que valeu ao Cante a elevação, pela UNESCO, à categoria de Património da Humanidade.

24.11.14

NISA: Quintino Aires no Seminário "Crescer em Família"


Bloco de Esquerda contra despedimentos na Segurança Social

O BE solidariza-se com os trabalhadores da Segurança Social que estão na mira do governo para serem mais umas vítimas de políticas erradas e da opção de se salvar bancos falidos/assaltados, no lugar das pessoas e do país.
À imagem do que se passa no país em que o governo quer despedir cerca de 700 trabalhadores, em Portalegre prepara-se para despedir umas dezenas de assistentes operacionais. O governo prepara-se para despedir, enviando para casa trabalhadores com a insinuação de “requalificação”; agora são os assistentes operacionais, amanhã serão os técnicos e depois vem o fecho.
Entre escândalos, mentiras e trapalhadas este governo sob o aval do Presidente da República, insiste no desmantelamento do Estado Social e na aposta da privatização da causa pública.
Apelamos por isso aos trabalhadores da Segurança Social em Portalegre que se unem e lutem contra esta ofensiva. Hoje são uns, amanhã serão outros. A greve de 24 horas no próximo dia 4 de Dezembro é uma oportunidade de protesto e de mostrar ao governo que não pode governar contra as pessoas, nem descartar quem dedicou e apostou uma vida num serviço público essencial para o equilíbrio social.
A Coordenadora Concelhia de Portalegre do Bloco de Esquerda

Portalegre, 24 de Novembro de 2014

22.11.14

NISA - Memória histórica: Condução de carretas

Carta enviada em 29/7/1908 ao Dr. Juiz de Direito n´esta Comarca
Usando da competência que me confere o nº 2 do artigo 2º do Decreto de 28 de Novembro de 1907, cumpre-me participar a Vª Exª que no Domingo ultimo, 26 do corrente por 8 horas da noite, passando eu no carro de Bartholomeu Dinis d´Almeida na companhia de d´este e do Pe. José Diniz Figueiredo e Manoel Diniz Beato Gomes d´esta Villa na estrada ou rua de Sant´Anna, junto do cemitério velho d´esta mesma villa, encontrámos em sentido opposto Júlio Diniz, casado, jornaleiro, que seguia com uma carreta tirada a bois, indo a pé atraz d´ella, em logar de ir na frente dos bois e a distancia não excedente a 3 metros como se diz no artigo 79 nº 4 do Código de Posturas Municipaes.
Deu isto lugar a ter-se que desviar o carro para fora do leito da estrada para poder passar. Em vista d´este facto admoestei o dito Júlio Diniz e observando-lhe que o lugar d´elle era na frente dos bois, respondendo-me elle:
“ O mesmo direito que vocês teem, tenho eu”. No dia seguinte passei-lhe um aviso para pagar a multa a que allude o artigo 90 do citado Código, no prazo de 48 horas e não o fez.
Venho por isso accusar a Vª Exª esta transgressão de posturas municipaes, indicando para testemunhas os mencionados Bartholomeu Dinis d´Almeida, Pe José Dinis Figueiredo e Manoel Dinis Beato Gomes.

O Administrador do Concelho – (a) Bastos

18.11.14

POESIA: A escuridão do meu Lar

A escuridão do meu lar
Dentro de quatro paredes
Vivo tristezas e amarguras
Mataram a minha companheira
Tenho o meu lar às escuras
I
Não foi por qualquer motivo
Que ela me abandonou
E nunca mais voltou
E não volta enquanto for vivo
Mas ela tinha um arquivo
Onde arquivava, às vezes
Demore semanas ou meses
Eu tenho de descobrir
Para de mim não se ficarem a rir
Dentro de quatro paredes.
II
A viver com agonias
Com um sofrimento medonho
Para mim parece um sonho
Penso nela todos os dias
Não acredito em magias
Isto, são mortes prematuras
Com umas dores tão duras
Penso que também vou morrer
Acreditem estou a sofrer
Vivo tristezas e amarguras
III
Quase cinquenta anos, a viver
Os dois de lado a lado
Um desfecho inesperado
Que não mais vou esquecer
Deixou muitos a sofrer
Mas não foi ela a primeira
Mesmo que queira ou não queira
Fico com esta paixão
Fosse de propósito ou não
Mataram a minha companheira
IV
À noite quando entro em casa
Apetece-me gritar em voz alta
Alguma coisa aqui faz falta
E a solidão me arrasa
Com a minha alma em brasa
E bem livre de censuras
Meu pensamento com roturas
Que ferem meu coração
Mesmo que dê ao botão
Tenho o meu lar às escuras
Coração solitário

NISA: Jogo de andebol Inijovem - SIR 1º Maio no sábado, às 15 horas

17.11.14

AMIEIRA DO TEJO: Sessão ordinária da Câmara no edifício da Junta


NISA: Percursos Pedestres - Descobrir o Tejo PR 2

PR 2 - Descobrir o Tejo | Percurso Pedestre de Nisa
Duração Total :1h30
Descrição »» Acesso: NISA > EM 544 > CM 1159 > CM 1001 > CHÃO DA VELHA
Grau de dificuldade: FÁCIL
Extensão: 4,25 KM
O percurso inicia-se junto à antiga escola primária de Chão da Velha, aldeia situada no extremo noroeste do concelho de Nisa, onde pode observar as casas envelhecidas, com as características chaminés alentejanas. Outrora, a agricultura e o pastoreio de vacas e cabras eram as principais fontes de subsistência desta povoação, praticamente desertificada. Hoje, a agricultura, a olivicultura, a exploração de cortiça e a rentabilização dos eucaliptais são as principais actividades económicas da zona. Assim que calcorreamos os primeiros metros, verificamos que em redor subsistem algumas hortas e vinhas, provando que ainda há quem não tenha abandonado definitivamente estes campos.

Chão da Velha
Percorrendo as matas, povoadas de eucaliptos, desça por um trilho de pé posto, serpenteando um caminho estreito ao longo da encosta, num percurso em terra batida, perdido nas barreiras do Tejo e que nos conduzirá até à sua margem sul. Aprecie a vista privilegiada sobre o rio, avolumado pela albufeira da barragem do Fratel, e em particular a panorâmica sobre a margem norte, pertencente ao concelho de Mação, com a linha da Beira Baixa a recortar por completo o horizonte. Chegados ao local, onde existe um pequeno cais de acostagem e um parque de merendas, obtém-se uma boa perspectiva daquela bacia hidrográfica, área privilegiada para a observação da avifauna local, em particular de aves como a garça-real, a cegonha-negra, o milhafre-real, a águia-pesqueira, o abutre-negro, o bufo-real, o corvo-marinho e o grifo. Este é também o território natural do javali, do veado, do coelho, da raposa, do ginete, da lebre, do saca-rabos e do gato-bravo, bem como um dos melhores locais para a prática da pesca desportiva. No Tejo podem pescar-se o barbo, a boga, a carpa, o achigã, a enguia, o bordalo e a perca.
 Rio Tejo.
Inicie então a subida, num percurso em terra batida, passando por entre vários eucaliptais. Atravesse uma vereda até chegar ao ponto mais elevado do trilho, numa eira, acompanhando uma parede de xisto com a particularidade de apresentar um remate deitado. Antes de chegar ao Chão da Velha, passe por uma fonte, por algumas construções em xisto e junto às barrocas, onde outrora abundavam os olivais. Em toda esta região, a paisagem reveste-se de sobreiros, azinheiras, oliveiras, pinheiros bravos e eucaliptos. Junto ao solo são comuns as estevas, as giestas, o rosmaninho, o zimbro, os medronheiros, a urze e o alecrim. Por sua vez, nas margens do Tejo abundam o junco, o salgueiro, o choupo e o freixo.
Aproveite ainda para visitar a igreja matriz de São Matias, no Cacheiro, que conserva uma imagem de pedra do século XVI, representando S. Pedro. Nesta povoação, conheça também as fontes de mergulho e os fornos do povo, e não se esqueça de provar o queijo, as cavacas, as tigeladas, os enchidos e o ensopado de borrego.
 Hortas tradicionais
Grande parte do concelho de Nisa tem uma utilização agrícola, dominando as árvores de fruto, os olivais e as tradicionais hortas e vinhas. A maioria das casas das aldeias têm um quintal onde se cultivam legumes e vegetais, sendo a agricultura de subsistência utilizada também pelos reformados como terapia ocupacional.
Eira em Chão da Velha
Nas eiras, espaços amplos em terra batida, laje ou cimento, situadas em zonas soalheiras junto às casas, secavam-se e malhavam-se cereais como o trigo, o centeio ou o milho. Entre Julho e Setembro, na época das colheitas, malhavam-se as espigas, fazendo o grão soltar-se dos carolos, sacudindo-as depois ao vento para libertar a moínha com que se enchia as almofadas. Terminado o processo, o grão era guardado e mais tarde moído, servindo a palha de alimento a animais.
Produção de azeite
Noutros tempos, para além das imediações de Nisa, a maioria da produção de azeite do concelho provinha das proximidades do Tejo, em particular dos arredores das povoações de S. Simão e de S. Matias. Devido ao seu microclima e ao tipo de azeitona aí existente, o azeite do Norte Alentejano apresenta um sabor frutado e suave. Para além dos cozinhados, é também utilizado na conservação de enchidos e queijos.
Aspectos de interesse: XISTO E SOCALCOS DE OLIVAL

Há 670 milhões de anos, a região era ocupada por um mar interior de águas pouco profundas, onde se foram depositando sucessivas camadas de argila, que mais tarde emergiriam, formando colinas xistosas de declives acentuados. Esta pedra, abundante e fácil de trabalhar, tem sido utilizada na construção de muros, abrigos e casas, bem como de moinhos e azenhas, alimentados por rios e ribeiras, e que podem ser apreciados em todo o concelho de Nisa. Neste troço montanhoso do Tejo, num vale encaixado que marca a transição entre o sul do país, quente e seco, e o norte, temperado e húmido, destacam-se os abundantes socalcos de olival.
Fauna e flora em destaque

OLIVEIRA: A madeira desta árvore, dispersa no Mediterrâneo por gregos e romanos, é dura e compacta, sendo óptima para a marcenaria e aquecimento. As folhas são usadas em chás e o azeite, extraído do seu fruto, a azeitona, é utilizado na culinária e em cosméticos e relaxantes.
LONTRA: De pêlo espesso, corpo e cauda alongados e membros curtos, alimenta-se de peixes, crustáceos, anfíbios e répteis. Animal de hábitos nocturnos, ágil na água, vive na margem de rios e lagoas, construindo abrigos na vegetação.
A ter em conta: Não deixe de estabelecer contacto com os poucos habitantes de Chão da Velha, gente simpática e hospitaleira, que devido ao isolamento geográfico se mostra especialmente calorosa para com os visitantes.
Contactos úteis: Junta de Freguesia de São Matias - Tel: 245 469 226 - 
www.e-cultura.pt/itinerários

15.11.14

NISA: Poetas do concelho

CONVERSAS DE JARDIM
Cheia de prosápia, num certo jardim
Julgava-se importante, a rosa
Por ter perfume, estava vaidosa
Numa vaidade mesquinha, sem ter fim

Pensava a modesta açucena
- Todas somos filhas da natureza
Todas possuímos alguma beleza
Num tom de desacordo, a condena!

O cravo não tem o perfume dela
É puro. Enfeita muita janela
Altaneiro. Nunca mostra vaidade

Aprumado, como um rapaz novo
É o orgulho deste velho povo
Seu perfume cheira a liberdade
José Hilário 

14.11.14

NISA: Morreu o Engº Polido Mourato

«Um homem grande com um coração do tamanho do homem», assim descreve João Manuel Lopes Polido Mourato um dos seus muitos amigos, o Pe.Américo.
E quem conhecia o Engº. Mourato sabe que ele era assim, um homem muito grande e muito bom.
Nos últimos anos a diabetes foi-lhe destruindo a vida, mas permanentemente acompanhado, tratado e acarinhado pela esposa, a professora enfermeira Lurdes Fonseca Agostinho.
João Manuel Mourato faleceu na quinta-feira, dia 6, em Portalegre, aos 70 anos, e o corpo seguiu para a sua terra natal, Nisa, onde esteve em câmara ardente e o enterro se realizou na sexta com acompanhamento de grande número de amigos que lhe quiseram prestar uma última homenagem.
Polido Mourato, que ficou órfão de pai em criança, foi forcado, fez o curso da Escola Agrícola, especializou-se em engenharia florestal, trabalhou em Montalegre e em Viseu e veio depois para Portalegre, tendo entre outras missões a gestão do Fundo de Fomento Florestal e ascendendo mais tarde a director dos Serviços Florestais.
Entre os muitos alegretenses (e não só) que trabalhavam no perímetro Florestal quando o Estado fazia a gestão do seu/nosso património, só contava com amigos, porque os trabalhadores gostavam mesmo dele.
Foi colaborador da FAO e do Banco Mundial, e já depois de reformado esteve ligado ao ensino profissional nas Escolas de Alter, Nisa e de Montargil, e à gestão de projectos agro-florestais, mas a doença obrigou-o a parar.
Durante 15 anos pertenceu ao Escuteiros e durante 10 anos foi Chefe do Agrupamento
142 do Corpo Nacional de Escutas (Portalegre) onde muito contribuiu para a formação de muitas crianças e jovens.
À esposa, aos seus três filhos e a toda a família, AA apresenta sentidas condolências de um bom homem e de um bom amigo.•

“Alto Alentejo” – 12/11/2014

10.11.14

AMIEIRA DO TEJO: Exposição de Fotografias e Objectos do Quotidiano Medieval


Jovem de Tolosa ganhou prémio "InovEmpreende 2014", em Portalegre

"Next DJ Academy", o projeto vencedor na região de Portalegre do "Prémio InovEmpreende 2014", da autoria de João Vences e acompanhado pela mentora Tânia Bicho, foi anunciado no "Open Day InovEmpreende", iniciativa que a Associação Industrial Portuguesa (AIP) realizou com o apoio da Associação Empresarial da Região da Portalegre (NERPOR).
A criação de um centro de formação de djing, com cursos de música eletrónica, agenciamento de artistas, lançamento de músicas online, aluguer de estúdio e equipamento e venda de produtos, foi o vencedor do "Prémio InovEmpreende Portalegre 2014", no valor de 2500 euros, atribuído pela AIP ao melhor projeto de empreendedorismo da região de Portalegre, no âmbito do programa "InovEmpreende".

8.11.14

OPINIÃO - O mundo actual: que indivíduos, que sociedades?

Vivemos tempos de profundos equívocos em que as normas da Tecnociência e o imperativo da primeira pessoa impõem novas formas do existir  e da atividade humanas.
Um tempo de contradições, paradoxos, equívocos, extremismos… andar por aqui paredes meias é o conceito certo caracterizador da sociedade actual.
Definidor da época actual.
Avançado nas técnicas, escandalosamente fraco no social, para não  afirmar o estoiro e fracasso, incapacidade totais  e de desprezo pelos mais pobres, pela  suas crescentes dificuldades e problemas.
Voraz do bem estar da classe média, uma (?) classe política  incapaz de soluções para os dossiers mais  complexos para onde lhes  faltam soluções de estadistas  verdadeiramente empenhados nos problemas, cada vez piores  dos que nada têm.
Contudo, há gente capaz de ver para lá das fronteiras dos países, das economias, dos interesses dos Bancos, aportando soluções, uma economia (a repensar) mas sempre ao serviço do desenvolvimento, uma ética que restaure e empenhe dirigentes que enfrentem as soluções a promover, que confinem a banca e a ECONOMIA AO SERVIÇO  da  sociedade, em ordem a  sustentar  uma civilização cujos valores se vão perdendo… sustentada sempre pelo desenvolvimento cultural, moral e social e, bases essenciais do existir e atividade humanas na perspectiva do desenvolvimento ordenado das sociedades e dos indivíduos.
O contrário não é, não pode ser, necessariamente verdadeiro.

João Castanho

7.11.14

NISA - Maioria camarária faz Balanço de um ano de mandato

É um documento de uma nota só, ou, dito de outra maneira, uma análise parcial da actividade municipal durante um ano de mandato (Out. 2013 / Out. 2014), mas, ainda assim, não deixa de ser um documento vigoroso e contundente, que deixa a nu muitas das vicissitudes por que tem passado o Município de Nisa.
Não fala, contudo, dos dez mil dólares baby, possivelmente já contagiados e contaminados pelas radiações nucleares.
O documento (balanço) tem a virtude de agitar a sonolência autárquica, aguardando-se, agora, a resposta dos principais visados nesta Informação à População emanada da Câmara Municipal de Nisa.
O documento, que pela sua extensão não transcrevemos, pode lê-lo, no entanto no Portal de Nisa, bastando clicar na barra lateral direita e no ícone ao alto.
Perante a contundência deste "Balanço", deixamos a pergunta: E ninguém vai preso?!!!!

3.11.14

NISA: Exposição de pintura de Ana Raquel Paixão


Blogue "Por um punhado de euros" nomeado para os TCN Blog Awards 2014

Ora aí está mais uma nomeação do blogue Por Um Punhado de Euros para os TCN Blog Awards. É o terceiro ano consecutivo em que este blogue a que está associado o nisense Emanuel Neto recebe a nomeação na categoria de 'melhor blogue colectivo'. As votações já estão abertas, em antestreia.blogspot.pt.  Por isso, vamos lá todos ajudar o Emanuel Neto e o Pedro Pereira contribuindo com o voto, bastante para o efeito ir a http://antestreia.blogspot.pt e clicar na barra lateral!
Pode também dar uma "espreitadela" em http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.pt e apreciar o trabalho destes dois amigos que dão a conhecer o universo do western sphagetti.

TRADIÇÕES: "Dê-nos a Esmolinha dos Santos"!





Parecem bandos de pardais à solta
Os putos, os putos
São como índios, capitães da malta
Os putos, os putos
Mas quando a tarde cai
Vai-se a revolta
Sentam-se ao colo do pai
É a ternura que volta
E ouvem-no a falar do homem novo
São os putos deste povo
A aprenderem a ser homens.
"Dê-nos a Esmolinha dos Santos" - pedem as crianças, alegres e sorridentes, cumprindo como um ritual,  em cada ano, esta tradição que se renova. Foi assim na véspera e no Dia de Todos os Santos, fazendo relembrar aos visitados de hoje, a condição de visitantes e pedintes da "Esmolinha" há cinquenta anos atrás, quando a vila respirava o ar do trabalho árduo do campo e das duras condições de vida e de sobrevivência.
As "casas grandes", dos lavradores e proprietários rurais, ou de gente remediada, davam ordens às criadas para atenderem, como um dever cristão, todas as solicitações do rapazio que, munidos de uma bolsa de pano, percorriam as ruas e demandavam as casas onde era previsível a melhor "colheita" das esmolinhas.
Castanhas, passas de figo e outros frutos secos, feijão frade, mesmo "furédos" eram recebidos com alegria e satisfação. Havia quem, à falta de géneros, desse cinco ou dez tostões, dinheiro que fazia surgir, de imediato, um cintilante brilhozinho nos olhos.
Era assim a tradição em Nisa. Noutros sítios, com algumas diferenças, a tradição da "esmolinha dos Santos", designada como "pedir o Pão de Deus" ou "os Santinhos", caiu, durante anos, em desuso, voltando a ser praticada não tanto pela necessidade sentida há décadas atrás, mas reanimada pelos próprios programas escolares que visam - ainda bem - a inserção das crianças nas suas comunidades.
E há lá coisa mais linda do que ver uma rua animada com o bulício das crianças!

2.11.14

NISA: Em tempo de Balanço(s)...




NISA: Um concelho de Poetas

O pequeno saltimbanco
O pequeno saltimbanco
entrou na pista fez piruetas
contou duas anedotas sem palavras

e as pessoas choraram
choraram tanto como se rissem em gargalhadas
toda a gente sentiu o drama
do pequeno saltimbanco

mas as lágrimas foram demais
disseram os diários da manhã nocturna
o público afogou-se
num oceano de lágrimas sinceras

todas pelo pequeno saltimbanco

pelo pequeno saltimbanco
que tinha uma flor vermelha na lapela
e uma cicatriz acentuada na face esquerda
e que contava anedotas sem palavras
e provocava dilúvios nas cidades mortas
nas cidades mortas como a nossa cidade.


Sérgio de Sousa Bento – Lisboa 10 - 1964