30.9.15

OPINIÃO: Os velhinhos da pouca vergonha

Não gosto de me indignar. O facebook é um tsunami de indignados cada um com a sua indignação.
Ainda detesto mais o politicamente correto, no pensamento, nos costumes, na linguagem...
Mas não suporto espertalhões no uso das suas funções armarem-se em xerifes e mandarem no saloom.
Vem esta arenga a propósito dos autocarros cheios de velhinhos levados para compor as salas dos comícios dos maiores partidos.
Estes velhinhos, no ocaso da vida e contando pelos dedos a réstia de vida que ainda têm, vivem à guarda de IPSS ou vivem em casa própria mas recebem a visita e ajuda também de alguma IPSS.
O presidente da câmara necessita de fazer figura junto aos do topo que ele também tem ambições em atingir.
O responsável da IPSS todos os anos necessita do subsídio da câmara.
E está organizada uma ramboiada de pescadinha de rabo na boca. a corrupção.
Assim foi no comício do dr António Costa na Amadora.
Infelizmente o meu pai já faleceu, mas se eu visse ou ouvisse alguém usar assim a minha mãe pode ter a certeza que me chegaria ao responsável e lhe enfiava dois murrázios no focinho.

Deixem os nossos velhinhos sossegados e não chateiem...
Jaime Crespo

28.9.15

MEMÓRIA: Assim vai o nosso ambiente, o nosso património!

E pronto!
No dia 18 de Setembro de 2008, quinta-feira, quatro dias antes do começo do Outono, chegaram uns homens ao Jardim Camarário de Nisa e retiraram dali cerca de duas dezenas de esqueletos de tílias ali assassinadas.
Não ficou lápide a evocar o facto para a posteridade, como, ultimamente, é norma. O acto não foi digno nem respeitável e deve ser esquecido.
Antigamente, era pelos Finados que os irmãos das Misericórdias retiravam das forcas o que restava dos ali justiçados ao longo do ano. Mas, curiosamente, aqui as inocentes árvores foram condenadas, não pelos seus crimes, que, aliás, não cometeram, mas pelos dos outros.
À carcaça da Árvore das Mentiras deceparam-lhe os braços e deixaram-lhes os cotos erguidos aos céus - Uma mensagem a mostrar a força do poder e/ou uma vã esperança que algo ali renasça, ou, mas impensadamente, uma alegoria ao martírio, à revolta e ao atentado ao ambiente?
Talvez, pelo Natal, a lenha/ossos sejam doados para que neste Inverno aqueçam os corações inconformados daqueles que amorosamente mentiram à sombra de um dos ex-ex-libris de Nisa!
Talvez, um dia, cheguem uns artesãos estrangeiros para esculpirem, para os da terra verem, os esbranquiçados cotos que passarão a ouvir desabafos verdadeiros, em surdina, e, em alta-voz, outro tipo de mentiras!
Na Primavera os ares não serão perfumados, as abelhas não zumbirão, mas o sol não faltará!
E até um trabalho de investigação da nossa autoria (1993) onde, em texto, fotografias, desenhos, plantas topográficas …, se mostrava a evolução daquele espaço, o antigo Jardim Municipal de Nisa e se localizavam as diferentes espécies vegetais, algumas das quais hoje desaparecidas, desapareceu da Biblioteca Municipal de Nisa.
E a Fonte, que era do Rossio, jaz escondida!
E, agora, já estão a pensar, para actuar, que o monumento ao Dr. Francisco da Graça Miguéns está desenquadrado?
ExpoNisa chamou um guineense, que trabalhava na feitura da cascata, a todos aqueles (des)arranjos. Tinha razão?
E para que conste para a história, a fotografia, que ilustra o texto, datada de Setembro de 1993, contempla a Árvore das Mentiras e o monumento ao Dr. Francisco da Graça Miguéns.
José Dinis Murta - Setembro, 2008

25.9.15

NISA: Câmara aprova taxa mínima de IMI

Redução máxima para famílias com  dependentes
A Câmara Municipal de Nisa, consciente da crise económica que se atravessa, abdica  de parte da receita dos impostos municipais a favor das famílias residentes e das empresas com sede no nosso concelho, que, desta forma, ficam com mais rendimento disponível. Em reunião do Executivo foram deliberadas para os impostos as seguintes taxas:
- I.M.I.: para os imóveis no concelho foi deliberada a taxa mínima (3%) e ainda uma redução entre 10% e 20% para famílias com dependentes;
- I.R.S.: foi deliberada a taxa de participação variável do I.R.S. em 2,5%, ficando os outros 2,5% na posse das famílias residentes no nosso concelho;
- I.R.C.: foi deliberado uma derrama de 1% sobre o I.R.C. de empresas com um volume de negócios superior a 150 mil euros e uma derrama mínima de 0,01% para as empresas com volume de negócios inferior a 150 mil euros;

- Taxa Municipal de Direitos de Passagem: foi deliberado não aplicar esta taxa, uma vez que a mesma seria paga pelos munícipes.
Fonte: CMNisa

ALPALHÃO: Exposição "Pedras com Vida" na sede da Junta de Freguesia

A Freguesia de Alpalhão e a Associação NISAVIVA convidam a população a estar presente na inauguração da Exposição "Pedras com Vida" do escultor João Aires Garcia, no dia 25 de setembro, pelas 18h na sede da junta de freguesia.
A Exposição está patente ao público até dia 31 de Outubro.

21.9.15

NISA: Outubro é o mês da música

A Câmara Municipal de Nisa promove no próximo mês de Outubro três espectáculos musicais a terem lugar no Cine Teatro. A iniciativa abre no dia 11 de Outubro (domingo) às 16 horas com um concerto pela conceituada Orquestra de Jazz do Hot Clube de Portugal. Oportunidade para os amantes da música em geral e do jazz, em particular, poderem apreciar e vibrar com uma das mais destacadas formações portuguesas deste género musical.
No dia 18, domingo, às 16 horas, Gala de Ópera Orquestra com a Camerata Amicis.
No último dia do mês, dia 31 (sábado) ainda às 16 horas, um espectáculo que junta dois dos mais credenciados músicos nisenses - Sérgio Charrinho e Carlos Alves - que actuarão como solistas no concerto da Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana. Este espectáculo terá entradas gratuitas, enquanto os dois primeiros serão de entradas pagas.
Nisa em Música assinala aniversários do Cine Teatro e da Banda de Nisa
A Câmara Municipal de Nisa assinala, durante o mês e Outubro, os aniversários da Banda da Sociedade Musical Nisense e do Cine Teatro de Nisa com o evento “Nisa em Música” que integra um concerto da Orquestra de Jazz do Hot Club de Portugal, uma gala de ópera pela Camerata Amicis e um concerto da Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana com os nisenses Sérgio Charrinho e Carlos Alves.
O primeiro espetáculo de “NISA em MÚSICA” ocorre no Cine Teatro de Nisa, no domingo, dia 11 de outubro, a partir das 16 horas e integra um concerto da Orquestra de Jazz do Hot Clube de Portugal - a grande referência da música de jaz em Portugal, que apresentará um repertório dedicado a Glenn Miller.
No domingo, dia 18 de outubro, também no Cine Teatro de Nisa, às 16 horas, a Orquestra Amicis, com dois cantores, apresentará uma Gala de Ópera com um repertório dedicado a Mozart e à Ópera Italiana.
O último espetáculo de “NISA em MÚSICA” realiza-se a 31 de outubro com um concerto pela Banda Filarmónica da Guarda Nacional Republicana que contará com a participação de Carlos Alves – clarinete solista e Sérgio Charrinho – trompete solista, que se iniciaram como músicos na Sociedade Musical Nisense e hoje, são reconhecidos a nível nacional e internacional.
CMNisa

20.9.15

NISA: Menhir do Patalou pode ser visitado a partir de 26 de setembro

No próximo dia 26 de setembro, às 21h30, em cerimónia pública, será formalmente aberto à fruição dos interessados e turistas o Menhir do Patalou, situado junto à estrada que liga Nisa à Barragem da Póvoa.
A abertura ao público do Menhir do Patalou ocorrerá numa cerimónia no local com intervenção da Presidente da Câmara Municipal de Nisa, Idalina Trindade e uma breve conferência sobre Megalitismo pelo Professor Jorge de Oliveira a que se seguirá um concerto pela Banda da Sociedade Musical Nisense.
O Menhir do Patalou, que a partir do dia 26 de setembro, pode ser livremente visitado, foi objeto de estudo e reabilitação por parte duma equipa de Arqueologia da Universidade de Évora no âmbito dum protocolo estabelecido com a Câmara Municipal de Nisa.
O Menhir do Patalou é um dos mais volumosos menhires explicitamente fálicos da Península Ibérica e encontrava-se tombado. Trabalhos arqueológicos efetuados em julho de 2015, promovidos pela Câmara Municipal de Nisa e pelo Laboratório de Arqueologia da Universidade de Évora, conducentes ao seu estudo e reabilitação, permitiram recolher carvões nas terras da sua base que submetidos a datação por radiocarbono nos informam que este menhir foi erguido em meados do 5º milénio antes de Cristo.

Com um comprimento de 4 metros e um peso a rondar as 7 toneladas foi talhado, transportado e ereto pelas primeiras comunidades neolíticas no contexto de ancestrais cultos à fertilidade. Da profunda decoração gravada que este menhir possuía originalmente preservam-se ainda vestígios de linhas serpentiformes, assim como algumas enigmáticas covinhas abertas em épocas posteriores.
Por forma a preservar integralmente a sua fossa de implantação e o sobreiro que junto se encontra, o menhir do Patalou foi agora reerguido seis metros para norte. Um pequeno marco de granito assinala o local original de implantação.

Os trabalhos arqueológicos que permitiram a reabilitação deste menhir inscrevem-se num projeto de investigação intitulado MEGANISA, promovido pela Câmara Municipal de Nisa, aprovado pela Direção Geral do Património Cultural e a desenvolver pela Universidade de Évora, através do qual estão autorizadas outras ações de valorização e divulgação de monumentos megalíticos do concelho de Nisa.
Depois do levantamento do Menhir do Patalou iniciar-se-ão trabalhos de estudo e valorização no Menhir e Dólmenes dos Sarangonheiros que, conjuntamente com os monumentos megalíticos de S. Gens e Nossa Sra. da Redonda se constituem como um singular roteiro megalítico deste concelho.
Fonte: CMNisa 

ALPALHÃO: 1ª Cãominhada solidária


18.9.15

DIREITOS DO CONSUMIDOR: Câmaras e Juntas de Freguesia podem fazer mais...

... E ajudar os consumidores para que lhes sejam restituídos os valores das cauções a que têm direito!
Há 18 milhões de euros em cauções de água, luz e gás natural que ainda não foram restituídas aos consumidores. São valores de contratos assinados até 1999. O alerta é feito pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor - Deco, numa altura em que se aproxima o fim do prazo para a devolução do dinheiro.

LEGISLATIVAS 2015: Manuela Cunha (CDU) acusa Governo de "demagogia e eleitoralismo"

Em causa a anunciada Retoma da circulação para passageiros na Linha do Leste
A candidatura da CDU por Portalegre apresentou ontem, durante a iniciativa de abertura oficial da campanha para as eleições legislativas de Outubro, que decorreu junto ao Plátano do Rossio, em Portalegre, o seu compromisso eleitoral para o Distrito.
 No âmbito desta apresentação, Manuela Cunha, dirigente do PEV e cabeça de lista da candidatura, acusou o Governo PSD/CDS-PP de demagogia e propagandismo por ter anunciado recentemente o regresso das ligações ferroviárias da Linha de Leste entre Portalegre e o Entroncamento às sextas-feiras à noite e aos domingos à noite.
Manuela Cunha afirmou ainda que a defesa do transporte ferroviário de passageiros sempre foi uma bandeira da CDU e que a decisão agora anunciada pelo Governo apenas demonstra como as propostas da CDU são justas e vão ao encontro das necessidades das populações.
O compromisso eleitoral da CDU ontem apresentado defende a necessidade urgente de investimento no transporte ferroviário, de passageiros e de mercadorias, como meio privilegiado de ligação de Portalegre ao resto do país e a Espanha, como fator de desenvolvimento sustentável do distrito, com grandes benefícios económicos, ambientais e energéticos.
Para além da reativação do transporte de passageiros na Linha do Leste – todos os dias - a CDU defende ainda a reativação e reabilitação do Ramal de Cáceres, garantindo a ligação direta a Espanha e a construção de uma nova ligação ferroviária entre o Ramal de Cáceres (em Castelo de Vide) e a Linha do Leste, na atual estação ferroviária de Portalegre. Esta ligação, com apenas 30km, possibilitaria resolver o problema de ligação do norte do Distrito à Plataforma Logística do Caia e permitiria à cidade de Portalegre ter uma estação no Parque Industrial, isto é, junto à cidade, o que atualmente não acontece visto que a Estação Ferroviária de Portalegre, atualmente desativada para passageiros, se encontra a 12km da cidade.
Na opinião da CDU e da candidata ecologista, esta aproximação à cidade é fundamental para a sobrevivência do Instituto Politécnico de Portalegre, pois ela facilitaria a vinda de estudantes exteriores ao concelho e ao distrito.
Pl’o Gabinete de Imprensa de “Os Verdes”

PORTALEGRE: GNR apanhado a roubar caixa registadora de bar

Um sargento-mor da GNR foi apanhado por uma câmara oculta a furtar moedas da caixa registadora do bar do Comando Territorial de Portalegre, após vários meses em que foram desaparecendo trocos das contas das instalações.
A hierarquia da GNR, que montou a armadilha para descobrir o suspeito dos furtos, comunicou o caso ao Departamento de Investigação e Ação Penal local e foi aberto um processo disciplinar ao militar.

17.9.15

NISA: Viagem a França no âmbito das comemorações dos 25 anos da Geminação

O Comité de Geminação Nisa- Azay le Rideau promove uma viagem de autocarro a França para participação na Feira de Outono em Azay-le-Rideau, com partida no dia  22 de Outubro (à noite) e chegada no dia 27 do mesmo mês. A iniciativa é aberta a toda a população e integra-se nas comemorações dos 25 anos da Geminação entre os municípios de Nisa (Portugal) e de Azay-le-Rideau, Saché e Cheillé (França) e conta com o apoio da União de Freguesias do Espírito Santo, Nossa Senhora da Graça e S. Simão. As inscrições podem ser feitas até ao dia 10 de Outubro através dos telemóveis nº 916693023 (sr. Joaquim) e 962775805 (sr. Amílcar) que prestarão todas as informações.

Andreia Madureira mostra trabalhos em Ponto de Cruz no Centro Cultural de Alpalhão


16.9.15

AMIEIRA DO TEJO: Homenagem ao Dr. Arménio Miguens

Realizou-se no passado dia 12 de Setembro, a homenagem ao Dr. Arménio Pestana Semedo Miguens, antigo Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Amieira do Tejo (2002 – 2013), que havia sido aprovada, por aclamação, na Assembleia Geral de 30/05/2015.
Ás 10 horas houve missa solene na Igreja Matriz, em sufrágio de todos os Irmãos e Benfeitores da Santa Casa.
 Cerca das 15 horas decorreu uma Sessão Solene na sala do Centro de Dia, repleto por todos aqueles que quiseram participar. E foram muitos. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Cte. António Sena, deu as boas vindas e agradeceu a presença a todos os participantes. Seguiram-se no uso da palavra a Eng. Gabriela Tsukamoto, antiga Presidente da Câmara Municipal de Nisa, o senhor Rogério Dias, antigo Presidente da Junta de Freguesia de Amieira do Tejo, o senhor Jorge Pires, em nome dos utentes, a Encarregada Maria Luís Pereira que representava os funcionários, a Dra. Ana Costa, da Segurança Social, o Dr. Mariano Cabaço, da União das Misericórdias, o actual Provedor, Dr. David Esteves e por fim o homenageado. Ah! e os netos também não faltaram, para quem o Avô “é o melhor do mundo”.
Todas as intervenções realçaram a personalidade do antigo Provedor, as acções desenvolvidas na Instituição, focando a construção do Lar de Idosos e do Centro de Dia, entre muitas outras. Por outro lado, o homenageado, sublinhou o nome de Todos os que o acompanharam, sem os quais a sua acção não teria sido possível. Referiu também os importantes donativos que obteve, da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia, na época, bem como da população e do Proder.
No final houve algumas ofertas ao homenageado, dos funcionários, da União das Misericórdias e da Santa Casa da Misericórdia. Desta última, uma bonita moldura com o Diploma de Sócio Honorário.
Seguiu-se ainda o descerramento duma placa alusiva ao acontecimento e por fim no salão do Lar houve um lanche para Todos, oferecido pela Instituição.
O homenageado, que actualmente exerce o cargo de Vice–Provedor, continuará a ajudar a Instituiçao em colaboração com a actual Mesa Administrativa. E já vêm aí novos projectos...

NISA: Abertura ao público do Menhir do Patalou

No dia 26 de Setembro, pelas 21:00, em cerimónia pública, será formalmente aberto à fruição dos interessados e turistas o acesso ao Menhir do Patalou, situado junto à estrada que liga Nisa à Barragem da Póvoa. A cerimónia que decorrerá junto ao menhir contará, para além das intervenções protocolares das entidades envolvidas, com uma breve conferência sobre Megalitismo a proferir por Jorge de Oliveira, Arqueólogo e docente da Universidade de Évora, a que se seguirá um concerto pela Orquestra Filarmónica da Banda de Nisa.
Foto: Jorge Oliveira (Facebook) 
O Menhir do Patalou que a partir do dia 27 de Setembro pode ser livremente visitado foi objeto de estudo e reabilitação por parte duma equipa de Arqueologia da Universidade de Évora no âmbito dum protocolo estabelecido com a Câmara Municipal de Nisa.
Segundo Jorge Oliveira, o Menhir do Patalou é um dos mais volumosos menhires explicitamente fálicos da Península Ibérica. Os trabalhos arqueológicos efectuados em Julho de 2015, promovidos pela Câmara Municipal de Nisa e pelo Laboratório de Arqueologia da Universidade de Évora, conducentes ao seu estudo e reabilitação, permitiram recolher carvões nas terras da sua base que submetidos a datação por radiocarbono informam que terá sido erguido em meados do 5º milénio antes de Cristo.
Com um comprimento de 4 metros e um peso a rondar as 7 toneladas foi talhado, transportado e erguido pelas primeiras comunidades neolíticas no contexto de ancestrais cultos à fertilidade. Da profunda decoração gravada que este menhir possuía originalmente preservam-se ainda vestígios de linhas serpentiformes, assim como algumas enigmáticas covinhas abertas em épocas posteriores.
Por forma a preservar integralmente a sua fossa de implantação e o sobreiro que junto se encontra, o menhir do Patalou foi agora reerguido seis metros para norte. Um pequeno marco de granito assinala o local original de implantação.
Os trabalhos arqueológicos que permitiram a reabilitação deste menhir inscrevem-se num projeto de investigação intitulado MEGANISA, aprovado pela Direção Geral do Património Cultural a desenvolver pela Universidade de Évora e apoiado pela C.M. de Nisa, através do qual estão autorizadas outras ações de valorização e divulgação de monumentos megalíticos do concelho de Nisa. Depois do levantamento do Menhir do Patalou vão iniciar-se trabalhos de estudo e valorização no Menhir e Dólmenes dos Sarangonheiros que, conjuntamente com os monumentos megalíticos de S. Gens e Srª. da Redonda se constituem como um singular roteiro megalítico deste concelho. 
in ueonline - jornal online da universidade de évora -14.09.2015

15.9.15

INIJOVEM: Inscrições abertas para a Caminhada Nisa-Fátima


A Inijovem uma vez mais vai organizar a “Caminhada Nisa – Fátima”, desta vez a data escolhida é entre 9 e 11 de Outubro. Informamos que as inscrições estarão abertas de 8 a 30 de Setembro, sendo exclusivo a sócios de 8 a 9 de Setembro.
Caminhada “Nisa – Fátima”
De 9 a 11 de Outubro de 2015
NORMAS DE PARTICIPAÇÃO:
- Ser maior de 15 anos de idade e estar devidamente autorizado a participar;
- Inscrever-se no período estipulado para o efeito;
- Efectuar o pagamento no acto da inscrição e entregar, juntamente com a ficha, fotocópia do Bilhete de Identidade.
INSCRIÇÕES:
- Encontram-se abertas entre: 08 a 30 de Setembro
(De 8 a 9 de Setembro, exclusivo a sócios)
* TAXAS DE INSCRIÇÃO:
Sócios da INIJOVEM (com quotas em dia): 80,00 € / Sócios na Hora: 95,00 € (a)
* O valor da inscrição inclui seguro, enquadramento técnico na actividade, lembranças, transportes de apoio, reabastecimentos, alojamento e as refeições durante a actividade, à excepção dos pequenos-almoços que serão da responsabilidade dos participantes.
CARACTERÍSTICAS DO PERCURSO:
- Grau de Dificuldade: Difícil;
- Distância Prevista: Cerca de 117 km em travessia e divididos segundo as seguintes etapas: dia 9 (Nisa/Concavada, 43,1 km), dia 10 (Concavada/Vila Nova da Barquinha, 38,4 km) e dia 11 (Vila Nova da Barquinha/Fátima, 35,5 km)
- Tipo de Percurso: trata-se de um percurso pedestre de grande rota e em travessia, com uma dificuldade alta ou difícil, quer pela sua extensão quer por ser efectuado, na sua grande maioria, em troços de asfalto.
NOTAS DA ORGANIZAÇÃO:
- É indispensável levar colete reflector, saco cama, colchonete, 2 mudas de roupa e artigos de higiene pessoal;
- Será realizada uma reunião de briefing com todos os participantes no dia 5 de Outubro (2ª feira), pelas 21h00, na Sede da INIJOVEM, onde será entregue o Programa previsto e prestados todos os esclarecimentos necessários;
- No dia 9 de Outubro a concentração será às 06h00 da manhã, junto ao Calvário e o início da caminhada às 06h30.

3.9.15

Verdes questionam Governo sobre plantação de eucaliptos

O Deputado de “Os Verdes”, José Luís Ferreira, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério da Agricultura e do Mar, sobre a plantação de vários hectares de eucaliptos no concelho de Coruche, aparentemente situados em zona de regadio do Vale do Sorraia.
Pergunta:
A plantação de eucalipto ocupa já uma vasta área do território nacional, tendo-se tornado na espécie que mais área ocupa na floresta portuguesa, com as consequências negativas que se conhecem, em termos ambientais, sociais e económicos. O ordenamento do território florestal, através de medidas de gestão florestal sustentável e de uso múltiplo da floresta, é uma necessidade imperativa e deve ser uma prioridade nacional para que se evitem os fogos e a perda de biodiversidade.
Os Verdes foram alertados para a existência de uma plantação de vários hectares de eucaliptos, entre as localidades da Venda e Azervadinha, no concelho de Coruche. Esta plantação, com sistema de rega gota a gota, está aparentemente situada na zona de regadio do Vale do Sorraia.
Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Ex.ª a Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte Pergunta, para que o Ministério da Agricultura e do Mar possa prestar os seguintes esclarecimentos:
1 – Tem o Ministério conhecimento desta plantação de eucaliptos naquela área?
2 – Tem o Ministério conhecimento se o Plano de Regadio do Vale do Sorraia permite este tipo de plantação?
O Grupo Parlamentar “Os Verdes”

2.9.15

Subsídios para a história do concelho de Nisa (1)

 Vasco da Gama, alcaide-mor de Nisa
Há 500 anos (Agosto de 1515) Vasco da Gama era Alcaide-Mor de Nisa, um cargo e uma estadia no concelho mais a norte do Alentejo raramente referido por historiadores e biógrafos do grande navegador português.
Em 1992 a Câmara de Nisa estabeleceu um acordo de geminação com Sines e Vidigueira, e mais tarde Évora, sob a égide de tão grande personagem da nossa história, ligado aos quatro municípios do Alentejo.
Em 1998, assinalando a grande viagem do Almirante até à Índia, foi publicado na página cultural “Erva Cidreira”, o presente texto que aqui trazemos, não só pela efeméride, mas pela divulgação de um facto histórico ainda hoje pouco conhecido.
“ No ano em que se comemora 500 anos da descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, não deixa de ser oportuno lembrar a ligação de Vasco da Gama às terras alentejanas.
1998 é também o ano da realização da exposição Universal Expo 98, em Lisboa.
Esta exposição contém em si um conceito de universalidade, cultura, informação e educação.
O tema desta exposição será o Mar, os Oceanos -- Última fronteira do Planeta. A escolha deste tema assinala o reencontro com uma vocação histórica dos portugueses, simbolizada pela viagem de Vasco da Gama.
Partindo da comemoração dos 500 anos da viagem que levou à descoberta do caminho para a Índia pela armada comandada por Vasco da Gama, aqui fica o convite a fazer uma viagem até bem perto de si, ao Alentejo-Nisa, vila onde o navegador se fixou após a sua mais nobre odisseia.
Vasco da Gama foi um homem do Alentejo. O propósito deste artigo é lembrar este facto. A ligação de Vasco da Gama à vila de Nisa é muitas vezes desconhecida e esquecida. Tentando alterar esta situação procuramos dar a conhecer melhor a figura de Vasco da Gama e a Vila de Nisa.
Existem poucas provas da passagem de Vasco da Gama por Nisa. As que existiam o tempo fez desaparecer.
Vasco da Gama foi para Nisa em 1515, quando a 1 de Agosto lhe foi concedida a carta de privilégio de uma coutada. Mas a relação entre Vasco da Gama e Nisa parece ser anterior a esta data, a sua assinatura no foral da Vila concedido em 1512 por D. Manuel, era a prova disso. A dita assinatura entretanto foi recortada desse documento, no entanto antes deste infortúnio, em 1943, foi autenticada e reconhecida por Luis Keil.
Vasco da Gama foi Alcaide-Mor de Nisa. Outra das provas de que a ligação entre o argonauta e esta vila é anterior a 1515 foi o facto de que após a morte do seu antecessor D. João de Sousa em 1513, Vasco da Gama ocupou o cargo de Alcaide-Mór de Nisa logo nesse ano, visto que este não podia ficar vago durante muito tempo.
Não existem provas físicas que testemunhem a passagem de Vasco da Gama por Nisa. Sabe-se que foi dono de uma coutada que ficava no termo do concelho. Existe ainda hoje entre Nisa e Castelo de Vide um lugar chamado Tapada do Vasco, à qual ainda muitos chamam Tapada do Vasco da Gama... Pura coincidência?
Nas Memórias Paroquiais há referência a que Vasco da Gama terá habitado no Castelo de Nisa, sendo este a residência dos Gamas e seus descendentes. A ligação dos Gamas com a vila de Nisa não desapareceu com a morte do Almirante da Índia. O filho e sucessor de Vasco da Gama, D. Francisco da Gama foi nomeado capitão da Vila de Nisa pelo Rei D. João III. O Marquesado de Nisa nasceu com o trisneto de Vasco da Gama, D. Vasco Luís da Gama, 5º conde de Vidigueira, que perdurou até à 10ª geração.
Depois de descobrir o Mundo na Expo 98 venha repousar neste cantinho alentejano.
 Nisa é um dos concelhos da região Alto-Alentejo. A vila de Nisa data dos fins do século XIII, mas antes existiu outro povoado, que foi destruído e abandonado quando a população se manteve fiel ao Rei D: Dinis contra seu irmão D. Afonso. As ruínas de Nisa-a-Velha ainda existem e estão situadas a 4 quilómetros do que é hoje em dia, a Vila de Nisa.
O castelo mandado construir pelo rei D. Dinis, veio mais tarde a pertencer à Ordem de Cristo. Do Castelo Dionisíaco presentemente resta apenas duas das portas principais e alguns panos da muralha. Ainda podemos ver a Porta de Montalvão que era a antiga entrada principal da Vila.
A nível da arquitectura religiosa a vila de Nisa é bastante rica. Podem ser visitadas a Igreja Matriz -- uma construção do séc. XV,  reedificada no séc.XVIII; a capela do Mártir S. Sebastião, cujo traçado primitivo é do séc.XVI. Junto aos paços do concelho pode ser encontrada a Capela da Misericórdia, datada do séc. XVI, com um portal Renascentista. Curiosa pela sua forma octogonal é a Capela do Calvário edificada no séc. XVIII. Há ainda a referir, a Igreja do Espírito Santo, do séc. XVI, e a Capela de Santo António, do séc. XV.
Em Nisa-a-Velha podem ser visitadas as capelas de Nossa Senhora da Graça e Nossa Senhora dos Prazeres.
Pela vila de Nisa encontram-se alguns fontanários dignos da nossa atenção: são exemplos disso a Fonte da Pipa (do séc. XVIII), Fonte do Frade (séc.XVIII), e a Fonte da Cruz dos finais do século XVI. Passeando pela zona histórica da vila podem ser apreciadas várias casas senhoriais.
A população do concelho de Nisa dedica-se essencialmente à actividade agrícola, artesanato, produção dos afamados queijos de ovelha característicos desta região, assim como os enchidos de carne de porco, também bastante apreciados.
Na gastronomia típica da região de Nisa destacam-se os seguintes pratos: ensopado de borrego, sarapatel, sopa de cachola, migas, pézinhos de borrego, maranhos. Na doçaria: cavacas, rebuçados de ovos, nisas, barquinhos, bolos dormidos.
No artesanato, a olaria destaca-se pela sua antiga tradição em Nisa, reconhecível pelas suas peças decoradas com pedrinhas brancas, bilhas, azados e cântaros.
Não deixam de ser também famosos os bordados e rendas: frioleiras, rendas de bilros, trabalhos de aplicações de feltros, xailes e quadros bordados. Todos estes trabalhos poderão ser apreciados no Museu do Bordado e do Barro.
VASCO DA GAMA - Breve Biografia
1469- Nasce em Sines
1497- Nomeação para capitanear a expedição ao Índico
1498/99- Viagem à Índia
1500/01(?)- Casamento com Catarina de Ataíde
1502- Regressa à Índia por considerar indispensável a presença portuguesa na região.
1507- Uma decisão régia leva Vasco da Gama a abandonar Sines e vai viver para Évora.
1515- É-lhe concedida a "carta de privilégio de coutada em Nisa".
1519- Torna-se conde da Vidigueira
1521- Morte de D. Manuel, sucede-lhe D. João III.
1524- Vasco da Gama é nomeado governador da Índia, no mesmo ano inicia uma viagem à Índia; morre a 24 de Dezembro.  
Catarina Pinto Correia e Cristina Ribeiro
Texto publicado no jornal "Alto Alentejo" - 2/9/2015

AMIEIRA DO TEJO: Festas em honra da Senhora da Sanguinheira


1.9.15

Entrevista ao Cônsul honorário de Portugal em Tours

Luís Palheta, norte-alentejano, cônsul honorário de Portugal em Tours (França)
“Partilhar duas culturas é ter um suplemento de alma”
É o cônsul honorário de Portugal em Tours, região do centro de França. Nos anos sessenta de todos desencantos e desafios, partiu com os pais e os irmãos rumo a terras gaulesas. Levavam nas “malas de cartão” e nas lágrimas sufocadas da despedida, um alforge de sonhos e esperanças, a miragem de uma vida melhor.
Luís Palheta tornou realidade a asserção de que “o sonho comanda a vida”. Estudou, procurou ir sempre mais além e hoje é uma figura respeitada em toda a região do Loire onde exerce advocacia e se tornou, há oito anos, o representante consular de Portugal naquela região.
AA – Como é que um advogado português chega a cônsul honorário em França?
LP – “Eu próprio nunca pensei numa coisa dessas. Em 2008, o Embaixador de Portugal em França, dr. António Monteiro, após a reforma consular e o desaparecimento do cargo de cônsul de carreira em Tours, fez a proposta ao Governo e fui nomeado nesse mesmo ano.
AA – Sem experiência nessa área como é que aceitou o desafio e assumiu a responsabilidade de um cargo diplomático?
LP – “ Eram, de facto, funções novas e de certo modo, estranhas para mim. Eu tinha a meu favor a experiência de 20 anos como advogado de questões laborais, o que me deu um grande suporte e conhecimento sobre o quotidiano dos nossos compatriotas e da região.
Entrei rapidamente na função, não só por constituir uma descoberta interessante, como pelo facto de poder ajudar os nossos compatriotas, o que faço com grande entusiasmo.
Foi importante a manutenção do Consulado de Tours e estou consciente de que não há melhor resposta para os problemas de uma vasta comunidade do que um serviço de proximidade.
AA – Mas no início e após a “crise consular” a que atrás aludi, houve alguma apreensão dos nossos compatriotas sobre possível redução de serviços a nível do consulado...
LP – A reforma consular procurou racionalizar custos e meios humanos. Em Tours, quando iniciei funções, tínhamos um funcionário. Hoje temos cinco e o Consulado dá resposta às principais carências da comunidade portuguesa. Aqui tratamos de toda a documentação desde o Cartão de Cidadão, ao passaporte e outros serviços, nesse aspecto posso dizer que houve uma melhoria da qualidade de serviço.
A área consular que resultou desta “reforma” abrange, geograficamente, oito departamentos e uma população entre 50 a 60 mil portugueses de origem, número que atinge os 150 mil, considerando as pessoas com ligações a Portugal, os luso-descendentes. É um esforço tremendo de representação, que me dá um enorme prazer.
AA- Qual é a função do Cônsul e o que é que os nossos compatriotas procuram no Consulado?
LP – A principal função do Cônsul é a representação do país em todas as manifestações de carácter cultural, económico e outras para que seja convidado. Tem havido da minha parte um empenho na questão económica e no desenvolvimento do intercâmbio entre os dois países. Um outro aspecto da nossa função, por ventura, o menos conhecido, consiste na assistência consular aos detidos. Procuramos inteirar-nos de cada situação. Por vezes, há detidos sem papéis e o consulado procura resolver essas situações.
O consulado tem meios técnicos para emitir documentos, desde declarações de nascimento ou óbitos, procurações, documentos consulares, enfim, diversos.
AA – E a nível de situações sociais ou de carência económica, dão alguma ajuda?
LP – O consulado tem uma natureza intrinsecamente administrativa e não dispõe de verbas para essas situações. O consulado geral em Paris dispõe de um serviço social com verbas próprias que pode atender a muitas dessas situações. O nosso papel nessa área é de reportar cada situação e encaminhá-la para os serviços sociais franceses. Devo dizer que as relações com a administração francesa são muito boas. Em casos de acidente somos dos primeiros a ser informados e procuramos estabelecer contacto quer com a situação específica quer com as famílias envolvidas.
AA – Como é “vista” a comunidade portuguesa em França e, em particular, na área do consulado?
LP – Os portugueses constituem uma comunidade muito bem vista. São trabalhadores, discretos, humildes, bem integrados na sociedade francesa, não dão problemas a nível de segurança interna ou com as autoridades.
É nesse sentido também o meu discurso, a minha actuação. Sempre procurei na minha actividade profissional, em todas as manifestações para que era e sou convidado, dar uma imagem diferente do nosso país. E onde quer que eu vá falo sempre na cultura portuguesa. Convido-os a descobrirem a beleza do nosso país, a cultura de um povo com oito séculos de história.
AA- O Município do Porto atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Municipal. A que se deveu esta distinção?
LP – Pela minha parte, digo, apenas, que fiz o que sempre tenho feito: divulgar o meu país e tentar estreitar os laços entre as duas nações.
No caso do Porto, a Câmara refere que a medalha foi atribuída “pelos serviços prestados à região portuense”. Houve algum esforço, em conjunto com a Câmara de Comércio e Indústria de Tours, no sentido de ser estabelecida uma carreira aérea ente Tours e o Porto. Fizeram um voo experimental, uma vez por semana, que foi um sucesso. De tal maneira que passaram a três voos semanais e no período de Verão, a quatro. Só tenho pena de não ser possível estabelecer uma carreira aérea semelhante com o aeroporto de Lisboa. Mas vamos ver se ainda há alternativas...
AA- Vamos mudar um pouco a nossa conversa e “descer às raízes”. O Luís há muito que não vinha a Nisa. Como encontrou a vila?
LP – Há 18 anos que cá não vinha. Tenho recordações da escola do Rossio, da casa na rua das Adegas onde morei antes de emigrar e da “vila”, em geral. Dá-me pena olhar para estas ruas do Centro Histórico. A alma do povo nisense está aqui, ali e não a encontrei agora. Nos anos 60 havia muita gente, um convívio admirável e agora resta a desertificação...
A modernização da parte central da vila, é admirável e um aspecto muito positivo.
Gostei de encontrar pessoas que não via há muito e vou fazer os impossíveis para vir mais vezes.
AA- Quer deixar uma mensagem aos seus conterrâneos e compatriotas?
LP – Com muito gosto. Dizer-lhes que nós em qualquer parte onde estejamos nunca deixamos de ser portugueses. Faz parte da nossa alma, a alma lusitana. Vejo com muita satisfação que a 2ª e a 3ª geração continua muito ligada a Portugal e guardar esta ligação não deve ser um problema mas sim um sinal de riqueza, cultural e afectiva.
Houve um poeta que disse: “Ter duas culturas é ter um suplemento de alma!”
É esse “suplemento de alma” que nos faz acreditar e ter esperança num futuro melhor para todos.
Um emigrante com Portugal no coração

Ilídio Luís Balonas Palheta, nasceu em Nisa há 60 anos, numa família de seis irmãos. Frequentou a 1ª classe da Escola do Rossio e a aula do professor Belo. Depois, ainda criança, rumou a França com os pais à procura de uma vida melhor.
Em França, fez a primária e abandonou a escola aos 14 anos. A difícil situação familiar impeliu-o a entrar na vida profissional como servente de pedreiro.
Não por muito tempo. O espírito irrequieto de Ilídio fê-lo viajar até à Inglaterra, Estados Unidos e Canadá procurando melhores condições de vida. Regressou a França, cursou contabilidade e com a “fome” de aprender fez os estudos secundários e candidatou-se à Universidade de Tours onde cursou Direito.
Hoje é um dos mais conhecidos e respeitados advogados no departamento de Indre et Loire, especialista em Direito Laboral e docente na Universidade de Tours, tendo a seu cargo as cadeiras de Direito Civil, Direito Comercial e Direito do Trabalho.
Foi esta “carta de apresentação” que fez com que o embaixador de Portugal em Paris, António Monteiro, o convidasse para cônsul honorário de Portugal em Tours, após a crise consular de 2008 e as grandes manifestações que lhe seguiram pela manutenção dos consulados.
É este o nosso entrevistado. Um alentejano e um nisense ilustre que tem procurado reforçar os laços económicos e culturais entre França e Portugal. Um esforço que o Município do Porto distinguiu atribuindo-lhe, em 2014, a Medalha de Ouro de Mérito Municipal.
Mário Mendes in "Alto Alentejo" 26/8/2015