31.3.17
Os Verdes levam Almaraz ao maior evento mundial de Ecologistas
O Partido Ecologista Os Verdes
será um dos principais oradores na sessão sobre a luta contra o nuclear,
juntamente com os Verdes do Japão.
O Congresso Mundial de Partidos
Ecologistas, que está a decorrer em Liverpool, Inglaterra, desde ontem, junta
mais de 2000 delegados de todo o Mundo, irá albergar hoje uma sessão sobre a
questão do Nuclear no Mundo, onde os Verdes Portugueses irão dar testemunho da
luta que está a ser travada em Portugal pelo encerramento da Central Nuclear de
Almaraz, em Espanha.
A delegação Portuguesa que irá
participar nos trabalhos até domingo, composta por Victor Cavaco, Cláudia
Madeira, João Martins e Beatriz Goulart terá ainda outros assuntos pela frente
nomeadamente alterações climáticas e acordo de paris, agricultura, direitos
humanos, para além dos contactos com partidos das américas, africa e
ásia-pacífico.
Para qualquer questão poderão
contactar a delegação pelos números +351 961291337 (Victor Cavaco) ou +351
919615508 (Cláudia Madeira).
O Partido Ecologista “Os Verdes”
NISA: Recordações do tempo de Escola
De que ano será esta foto, tirada no campo (Senhora da Graça?)?. Reconhecem-se os professores D. Georgete Pina Ribeiro e Sr. António Paralta. Rapazes e raparigas em idade escolar, num convívio não muito habitual naquele tempo, em que a ideia de turmas e aulas mistas eram quase uma miragem. Vejam se descobrem alguns dos alunos/alunas. Por aí será fácil chegar ao ano da foto e das respectivas classes.
30.3.17
29.3.17
POSTAIS DO CONCELHO: Crianças de Montalvão na Colónia Balnear (1959)
Já por diversas vezes falámos,
aqui, na importância que teve a Colónia Balnear Infantil de “O Século”,
instalada em S. Pedro
do Estoril, como promotora de férias e convívio entre milhares de crianças de
todo o país. Num tempo em que era difícil viajar, por dificuldades económicas e
outras, ter férias e ver o mar eram sonhos para muitos, inatingíveis. A Colónia
Balnear proporcionava a muitas crianças do interior do país, quantas vezes a
primeira viagem de comboio, o contacto com a cidade “grande” (Lisboa) e o banho
marítimo, os primeiros muito a contra gosto.
O amigo Carlos Matos cedeu-nos
esta foto, também já publicada em Maio de 2012 no jornal “Alto Alentejo”. Vale
sempre a pena recordar os tempos de infância, mesmo com tristeza por sentirmos
a perda de quem já partiu...
Em cima da esquerda para a
direita: Joaquim Louro Caetano (falecido), João Carrilho, José Baptista,
Joaquim Manuel Margarido (falecido.
Em baixo e pela mesma ordem:
Carlos Matos, Silvestre e Artur
José Condessa destaca-se em "Splendid's", no Teatro Experimental de Cascais
A peça "Splendid's", de
Jean Genet, tem encenação de Carlos Avilez e fazem parte do elenco José
Condessa*, Henrique Carvalho e João Pedro Jesus estando em cena no Teatro Mirita
Casimiro em Cascais.
Jean Genet sempre é um dos autores
que mais representações teve no Teatro Experimental de Cascais e regressa agora
de novo com encenação de Carlos Avilez, com "Splendid's".
Sete marginais estão juntos, num
hotel de luxo, juntos e presos, detidos por vários momentos de vida, cercados
pela polícia.
"Splendid's" é uma das
peças mais densas de Genet, escrita e entregue ao editor para publicar, em
1942.
Após a recusa de publicação, o
escritor decidiu queimar a obra, mas conseguiram-se salvar algumas folhas.
O grande destaque, na
representação, vai para o jovem actor José Condessa. Com um personagem
complexo, Jean, e um texto difícil, interpretou-o de uma forma extraordinária.
Recordamos que todos os actores,
com excepção de Filipe Duarte, foram alunos de Carlos Avilez na Escola
Profissional de Teatro de Cascais.
Tudo começa com o pano em baixo ao
som de "Non, je ne regrette rien", de Edith Piaf e iluminação de um
lustro no final da plateia.
Muita sensualidade e erotismo, com
um guarda roupa bastante cuidado e uma dicção/projecção de voz perfeita.
Estávamos na última fila e
conseguimos perceber tudo o que os "sete magníficos" disseram: nenhum
deles teve qualquer microfone ou amplificação de som.
O momento alto da peça é quando
Jean beija o polícia e se despe, ficando apenas em boxers.
Esta cena poderia levar a
comentários, ou a risos. No entanto nem o som da respiração de uma sala esgotadíssima,
se escutou.
Recordamos que José Condessa está
a gravar uma novela, em Ilhavo, e que esteve em ensaios em Cascais. Embora
com 19 anos, podemos afirmar que é um "Actor", com um grande Mestre
por trás, Carlos Avilez.
Na estreia, que aconteceu no Dia
Mundial do Teatro, estiveram presentes Marcelo Rebelo de Sousa, Eunice Muñoz,
Ruy de Carvalho, Francisco Pinto Balsemão, e outros actores que diariamente
aparecem nas novelas nacionais.
No final da representação, Teresa Côrte-Real,
que interpreta A voz da Rádio, leu um texto de Isabelle Huppert.
Esse texto recordou que "já
passaram 55 anos" desde que em Paris se celebrou pela primeira vez o Dia
Mundial do Teatro.
Recordou também que "Paris é
a cidade que mais companhias internacionais recebe" e ainda que "o
Teatro renasce sempre das cinzas".
António Manuel Teixeira in www.hardmusica.pt – 29/3/2017
28.3.17
CANTO DO SACO: Temas e problemas do Concelho de Nisa (1)
Canto do Saco foi uma coluna que existiu no “Jornal
de Nisa”, e que retomamos, será, doravante, uma coluna de opinião onde os munícipes
de todo o concelho poderão apresentar problemas locais que careçam de resolução.
Problemas e situações que além de serem aqui publicados, serão igualmente
enviados aos poderes locais competentes, desde a Assembleia Municipal, à Câmara
e Juntas de Freguesia, que não poderão, assim, invocar desconhecimento. Convidamos
todos os cidadãos do concelho a apresentarem sugestões, alertas, denúncias de
situações que considerem lesivas tanto do território municipal como da sua própria
condição de munícipes. Poderão utilizar o e-mail portaldenisa@gmail.com ou enviarem por
escrito as suas reclamações. Apenas exigimos uma condição: que os escritos,
mails, etc., venham assinados. O anonimato mata a condição de sujeitos e cidadãos
de corpo inteiro, num estado democrático.
Posto isto, avançamos com algumas
questões, as primeiras, mas já, de certo modo, “antigas”.
1. Nisa - A Praça da República:
Melhorias a introduzir
A Câmara Municipal numa atitude
e decisão positiva, que em devido tempo elogiámos, arranjou espaço para o
estacionamento de autocarros. Era uma carência bastante sentida e uma anomalia
no projecto inicial, sem qualquer razão de ser.
Ali próximo, porém, subsiste um
dos proncipais problemas na circulação de trânsito. Todos os nisenses já viram,
com certeza, as dificuldades com que alguns camiões, principalmente os de
grande porte, sentem em contornar a rotunda existente junto ao Cine Teatro. Volta
e meia lá vem mais um estouro, quase uma explosão, de um pneu rebentado, porque
além de mal feita, as superfícies que limitam a referida rotunda, em granito, são
como facas de gumes afiados (aliás, como em todo o trajecto entre a Rotunda do
Cinema e o Café D. Dinis) e que provocam dificuldades acrescidas e prejuízos
aos automobilistas.
Rectificar a “planta” da rotunda não
me parece trabalho de “outro mundo”, nem de custos “espampanantes”. Manter a
situação tal como está é que não me parece adequado, tantas foram as vezes e as
vozes que se têm levantado contra tal situação.
A Câmara pode e deve, com urgência,
resolver o problema.
2. Em frente à Loja do Munícipe,
junto aos semáforos, as marcações da passadeira para peões permanecem, há
muito, invisíveis. A Câmara desculpa-se que não é competência sua, por se
tratar de estrada nacional ou inter-regional (também já percebo muito pouco
destas “novas” designações para confundir o Zé Pagante). Mas pode fazer alguma
coisa e não ficar à espera, de mãos a abanar. Pode e deve exigir à entidade
competente que faça aquilo que a lei lhe impõe: marcar no alcatrão da estrada,
de forma bem visível e distinta, a passadeira para peões. E, já agora,
retirados que foram, os vasos “gigantes” para aformosear o espaço circundante
do Mercado Municipal, mantenha, pelo menos, com um pouco de urbanidade, isto é,
com flores e vida, aquele que restou e presta “serviço de apoio” a um dos
postes metálicos dos semáforos.
Do mesmo modo, deve exigir à
substituta da JAE que marque novas atravessias para peões na Estrada das
Amoreiras. Nesta artéria há uma série de problemas, a destacar, o que não faço
agora para não me afastar da Praça da República.
3. O traçado dos estacionamentos
junto aos cafés D. Dinis e Lareira carecem de ser rectificados. Representam um
perigo, constante, para a circulação automóvel, tanto para quem pretende
estacionar ou sair do estacionamento, como para os automobilistas que circulam
naquela via. Não existe um espaço de segurança que permita a visibilidade do trânsito
que circula num e noutro sentido, o que põem em risco a vida de pessoas e bens.
A solução nem seria dispendiosa,
encurtando-se, ligeiramente, a área dos passeios e colocando os referidos
espaços de estacionamento em “espinha” e com a obrigatoriedade da saída num só
sentido.
4. Ainda aqui junto aos referidos
cafés, é vergonhoso e atentatório da saúde e salubridade pública, que se
mantenham em “serviço”, estruturas metálicas de recolha de lixo. Estruturas
essas, por vezes abertas e exalando um cheiro nauseabundo, perante os olhares
atónitos e de repulsa de muitos dos frequentadores das esplanadas daqueles
espaços de restauração. Não havia outros sítios para porem os “mostrengos”? Com
franqueza...
5. Falámos, aqui, há dias, da
Biblioteca Municipal. Nada a adiantar o que foi dito. Apenas chamar a atenção
para a falta de iluminação pública existente nas áreas laterais da Biblioteca. Junto
aos estabelecimentos comerciais (cafés, ourivesaria, etc.) faltam, ou estão
inactivos, dois pontos-luz.
No lado do Posto de Turismo e no
espaço que há muito designei por “Bifes na Pedra” a situação ainda é pior. Faltam
sete (7) pontos-luz que estão, igualmente, apagados e sem cumprirem a função
por que foram ali instalados. É capaz de ser luz a mais? Concordo. Mas, pelo
menos, reactivem, ponham em funcionamento, três ou quatro, até para uma maior
segurança do edifício da antiga escola.
Vale o reparo?
6. Por onde anda, para onde
emigrou, que destino levou, o painel electrónico da Praça da República? Qual a
justificação para o seu desmantelamento? Falta de verba para o reparar? Falta
de elementos promocionais do concelho para nele colocar? Falta de uma política,
séria, de divulgação do património e das potencialidades concelhias sem serem
assentes numa figura só?
Quem souber que responda. Para
mim, acho que por ali andou “mãozinha de reaça”, que é uma forma simpática de dizer que
o painel electrónico do Rossio incomodava algumas “cabecinhas pensadoras” que não
são burras...
Mário Mendes
27.3.17
Primavera na colheita de sangue em Alpalhão
Em manhã imensamente reconfortante,
a Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre – ADBSP – marcou
presença em Alpalhão.
Rumaram até à sede do Grupo Ciclo
Alpalhoense 37 voluntários, sendo 14 do sexo feminino. Por questões de saúde
alguns não puderam estender o braço, mas sempre foram angariadas 30 unidades de
sangue.
Três mulheres e dois homens deram
sangue pela primeira vez na vida. O Registo Nacional de Dadores Voluntários de
Células de Medula Óssea cresceu em três novos voluntários.
Tratou-se de uma manhã primaveril
muito movimentada e com números motivadores. E depois, cinco novos dadores é
sempre motivo de regozijo, ou não fora esta a terra do nosso saudoso Presidente
António Eustáquio.
O José Maria Martins pensava que
se ia despedir como dador, mas afinal ainda tem pela frente mais um ano.
Referiu-nos que deu sangue pela primeira vez em 1977, para um amigo que estava
no Hospital Distrital de Portalegre. Hoje já tem 33 dádivas concretizadas, mas
não vai ficar por aqui. Quem vai deixar de canalizar veias em Alpalhão é a Enf.
Ana Maria, que já se mostrava nostálgica com o aproximar de uma nova fase da
sua vida.
A família Freire foi quem fechou a
jornada: ao todo cinco elementos doaram sangue.
Muitos dos presentes quiseram
saber outras datas de brigadas que se realizem por perto, a fim de doarem
sangue novamente daqui a algumas semanas.
A Junta de Freguesia de Alpalhão
apoiou a realização do almoço convívio que decorreu num restaurante da
localidade. Aliás a Presidente da Junta, Ana Cecília Manteiga Carrilho,
acompanhou de perto a colheita.
Arronches a 08 de abril
A ADBSP vai estar em Abril:
Arronches sábado 08 na sede do Rancho Folclórico; Sousel dia 22, nos Bombeiros.
Atenção que por razões logísticas estas duas colheitas mudaram de data,
relativamente à calendarização inicial, As nossas brigadas realizam-se aos sábados
da parte da manhã.
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JR
NISA: A Biblioteca Municipal e o horário de funcionamento
Proposta apresentada na
Assembleia Municipal de Nisa em 29 de Abril de 1996
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE NISA –
PROPOSTA
A Casa da Cultura/Biblioteca
Municipal tem, ao longo da sua curta existência, dado mostras de uma riquíssima
vitalidade, expressa num valioso conjunto de iniciativas que, correntemente,
são a ”pedrada no charco” de uma terra e concelho onde nada acontece, no campo
cultural.
O importante espólio
bíblio-vídeo-discográfico, são hoje uma referência da região, frequentada por
crianças, jovens e adultos, que ali se deslocam na ânsia de mais saber e
conhecimento.
Esta “bandeira”, este brasão
cultural, reconhecido por todos, pode e deve ampliar o seu campo de acção, na
dimensão exacta da população que serve e que avidamente a solicita.
Para tanto, os horários de funcionamento
devem ser alargados (e não como tem sido feito, restringidos) possibilitando a
sua utilização por trabalhadores, jovens, fora do período das aulas,
investigadores.
Num concelho, onde a ocupação de
crianças e jovens – ocupação salutar, saliente-se – está por fazer e onde os
“desvios sociais” com as consequências que todos começamos a conhecer, causam
sérias perturbações, é por demais evidente a necessidade de prolongar a
abertura, a sábados e domingos, dos espaços de lazer, da cultura, do
entretenimento e do saber, ingredientes indispensáveis “à formação do homem
integral” como o define Bento de Jesus Caraça.
Remodele-se o funcionamento da
Biblioteca, crie-se um novo quadro de funcionários, aumentando o número dos
existentes, mais competentes e especializados ainda, se possível; eleve-se o
nível e alargue-se substancialmente o horário de funcionamento deste “refúgio”
de cultura contra o ócio e o vício, a droga e a delinquência.
Há custos que são ganhos e não
poderemos contabilizá-los numa geração...
O Proponente – Mário Mendes
ABERTURA AOS SÁBADOS DURANTE TODO O DIA
A Casa da Cultura nome por que,
durante anos, se conheceu a Biblioteca Municipal, foi objecto de diversas
propostas e sugestões, algumas por mim apresentadas, visando a melhoria dos serviços prestados
e acima de tudo, a adequação dos horários de funcionamento à procura por parte
dos utilizadores, como foi, por exemplo, o conteúdo da proposta acima transcrita, em Abril de 1996.
Convém lembrar que nos seus
primeiros anos de existência, a Biblioteca Municipal constituiu – como continua
a constituir- um serviço de excelência com muita procura, num tempo em que as
internetes, os facebooks e outras plataformas digitais eram quase uma
“miragem”.
Sempre defendi a Biblioteca
Municipal, a par das piscinas municipais, como estruturas de conhecimento e
lazer que mudaram o paradigma cultural de um concelho em que nada havia. Isto,
apesar de considerar, passado todo este tempo, que há modificações, urgentes, a
operar, no funcionamento da “outrora” Casa da Cultura.
Uma delas, diz respeito à
segurança das pessoas (frequentadores, utentes, utilizadores, leitores, como
lhes queiram chamar). As estruturas metálicas de suporte (vigas e cantoneiras
de duplo U ou H) têm superfícies quinadas, perigosas, que deviam ser
resguardadas, envolvendo-as por uma camada esponjosa ou de outro material que
possa amortecer o impacto de qualquer contacto por parte das pessoas que
frequentam a antiga Escola.
A solução nem sequer tem custos
por aí além; custos agravados seriam, por exemplo, haver um acidente, alguém se magoar e o
Município ter que arcar com as responsabilidades.
A segunda modificação, não menos
urgente, diz respeito ao espaço onde funcionam as Tecnologias Comunicação e
Informação (computadores). Não faz sentido – nunca fez, aliás- que funcione num
primeiro andar, sem possibilitar o acesso a pessoas deficientes e
incapacitadas, conforme a lei prevê. Urge resolver esta situação.
O terceiro reparo (tal como o da
Proposta de 1996) diz respeito ao horário. Não se percebe como é que a
Biblioteca funciona nos sábados da parte da tarde e está fechada da parte da
manhã. O normal será dizerem-me, como noutros tempos, que “não se justifica”.
Claro, se estiver fechada, quem lá vai “bate com o nariz na porta”. Se estiver
aberta, a princípio irão poucas pessoas (até por desconhecerem a eventual
alteração), mas depois terá a sua frequência natural. É como tudo na vida. É
certo que não deve ser muito agradável trabalhar nos fins-de-semana, mas é,
apenas, uma questão de se concertarem horários e períodos de folgas. A sugestão
aqui fica, colocada à consideração de quem manda.
Mário Mendes
26.3.17
Paróquia de Nisa divulga programa da Semana Santa 2017
Esta é a semana mais importante para os cristãos, porque
celebramos os mistérios da nossa Fé, a morte, paixão e ressurreição de Jesus.
Não deixe de celebrar connosco!
NISA: O Direito a nascer no concelho
Proposta apresentada na
Assembleia Municipal de Nisa em 29 de Abril de 1996
Vítor Jara, o imortal cantor
chileno morto às mãos dos esbirros de Pinochet, em 1973, cantava “ El derecho
de vivir em paz”. A proposta por mim apresentada na sessão da Assembleia
Municipal de Nisa e aprovada por unanimidade, não reclamava o Direito de
Viver em Paz, mas o de Nascer em Nisa (concelho), outra forma de reivindicar um
direito natural, o de Nascer (em paz) na terra de residência dos progenitores.
Com a centralização dos
nascimentos em Portalegre e Elvas – como aconteceu em todo o país – e a
alteração da lei, deixou de haver nascimentos nos concelhos que não dispusessem
daqueles serviços de maternidade. Por outras palavras, os naturais de todas as
freguesias do concelho, passavam a ser todos naturais de... Portalegre. Deixava
de haver nascimentos em Nisa, em Alpalhão, em Tolosa e por aí fora.
A lei foi revogada, muito pela
pressão dos poderes locais de todo o país e por constituir uma lei anti-natura,
concentracionária e discriminatória. Aqui se publica o conteúdo da proposta
apresentada e aprovada por unanimidade.
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE NISA –
PROPOSTA
O direito dos cidadãos a uma
pátria e a uma identidade própria, é reconhecida universalmente não só pela
prática constitucional de cada país democrático como até e principalmente pela
Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Tal preceito, democraticamente
aceite pelas nações e pela generalidade da Comunidade Internacional, tornam
mais “estranho” um dos artigos do novo Código do Registo Civil que atribui a
“naturalidade em função exclusiva do local onde se nasce” e não do local onde a
mãe reside.
Esta norma, a ser levada à
prática, contribuiria para a aceleração da desertificação humana, impedindo de
haver nascimentos no concelho de Nisa, pois como se sabe, os nascimentos
ocorrem geralmente no Hospital de Portalegre.
Deste modo, propõe-se:
1 – Que a Lei em causa, seja
revogada, por forma a que, legalmente, continuem a existir naturais do concelho
de Nisa.
2 – Que desta proposta seja dado
conhecimento às Assembleias Municipais do Distrito, à Associação de Municípios
do Nordeste Alentejano, à ANMP, ao Ministério da Justiça, à Assembleia da
República e ao Governo, bem como seja dada a maior divulgação a nível do
concelho.
Nisa, 29 de Abril de 1996
O Proponente - Mário Mendes
25.3.17
ALPALHÃO: Jovens do MTA colaboram na Procissão dos Passos
Aproxima-se a data em que a vila
de Alpalhão recorda e vive a paixão de morte de Jesus com a Procissão dos
Passos.
O secular e grandioso cortejo,
vai contar mais uma vez com a colaboração do jovens do MTA de Alpalhão, na
representação ao vivo de seis "passos" (quadros da Via Sacra). Porque
além de "conhecer e amar Jesus", a nossa missão é também
"fazê-Lo conhecido e amado".
23.3.17
NISA: Verdes em campanha para encerrar Almaraz
O Partido Ecologista Os Verdes lançou, no passado dia 9 de
março, uma grande campanha para encerrar a Central Nuclear de Almaraz!
Esta iniciativa visa dar oportunidade aos portugueses,
nomeadamente à população que em caso de acidente seria a mais atingida, isto é
a população dos concelhos fronteiriços e ribeirinhos do Tejo, de afirmar a sua
vontade de que a Central Nuclear de Almaraz seja encerrada, subscrevendo um
apelo nesse sentido.
Este apelo dirigido ao 1.º Ministro Português e ao
Presidente do Governo Espanhol é expressado através da assinatura de dois
postais que se anexa, conta já com cerca de 2 milhares de assinaturas.
A recolha destas assinaturas foi lançada publicamente,
simultaneamente nos cinco Distritos Ribeirinhos do Tejo.
Depois de terem estado na capital de distrito, agora Os
Verdes estarão domingo, durante a manhã, a partir das 9h30h, em Nisa, Junto ao
Mercado Municipal, para continuarem a recolher assinaturas.
Domingo - 26 de Março
9h30h – Mercado Municipal de Nisa
NISA: Vamos reQUALIFICAr a ETAPRONI? (1)
O discurso oficial e oficioso da autarquia nisense, repete, exaustivamente, palavras onde a tónica é a valorização do "nosso território", dos "nossos recursos", do "nosso artesanato", como se o concelho tivesse nascido de um momento para o outro e não existisse história e instituições para além de 2013, a não ser aquela que fala de dívidas e esbanjamento.
Divulgámos, aqui, há dias, a "história" de uma parceria, palavra moderna muito usada pelos autarcas quando querem fugir à verdade e explicar, de forma clara e transparente, os factos que dão suporte às decisões municipais. Decisões essas, entre nós e como todos sabemos, "amputadas" do normal e democrático debate plural de ideias e projectos.
Alertei para a fuga (sem aspas nem sufixos) e falta saber se, de forma consciente e deliberada, de importantes recursos na área do ensino, para o vizinho concelho do Crato. Fechou-se, compulsivamente, a Etaproni, liquidando-se, dessa forma a possibilidade de Nisa manter um estabelecimento de Ensino Técnico Profissional (e ter concorrido, agora, sem sanchos nem primas, ao Qualifica) que, pesem embora todas as vicissitudes por que passou, não deixava de ser uma referência a nível da região. Com a liquidação da Escola, que mantém - e essa é a parte mais "estranha" da história- todas as condições para funcionar, abalou o Curso de Termalismo e os profissionais do Ensino a ele (curso) dedicados.
E por que é que tudo isto aconteceu? Quem explica, tim tim por tantum, este "assassinato" escolar? Que interesses moveram ou levaram os actuais responsáveis municipais a tão "estranha" como inexplicável decisão? A defesa dos recursos endógenos (palavra fina) das "nossas gentes" não se inscreve nas principais preocupações e princípios das Pessoas Primeiro, dos Nisenses Primeiro e, já agora do "Portugal (Nisa) Melhor"?
Porque não respondeu, a senhora Presidente da Câmara de Nisa, à carta enviada em Fevereiro de 2014, com um conjunto de propostas, apresentada por diversos munícipes ligados à Etaproni - Escola Tecnológica Artística e Profissional de Nisa e que abaixo transcrevemos?
Vai o "Arrabalde da Caganita" de serviço, contra-argumentar, usando o anonimato ou, desta vez, os responsáveis municipais nesta área terão uma postura responsável e algo a dizer?
Aguardamos!
Mário Mendes
CARTA ENVIADA EM FEVEREIRO DE 2014 POR RESPONSÁVEIS DA ETAPRONI
Câmara Municipal de Nisa
Praça do Município
6050 Nisa
Atendendo a que :
1. - A Etaproni - Escola Tecnológica
Artística e Profissional de Nisa desenvolve o seu projecto desde 1991, tendo
constituído uma referência no panorama formativo e educativo da região,
contribuindo para a melhoria das competências pessoais, académicas e
profissionais de centenas jovens das mais variadas zonas e regiões do país;
2. - O projecto assentou numa iniciativa
municipal e que, desde então, para além da Câmara Municipal de Nisa, já foi
administrada por duas instituições , a ADIP – Associação para o Desenvolvimento
de Ideias e Projectos – da qual a referida Autarquia foi Vice Presidente da
Direcção e a ADN – Associação de Desenvolvimento de Nisa , cuja Presidência da
Direcção sempre foi ( desde a sua criação a 23 de Maio de 2005 ) da já aludida
autarquia;
3. - Numa altura em que tanto se discorre
sobre a falta de postos de trabalho no interior do País, com as perturbações
daí decorrentes, a Etaproni tem sido um exemplo de contra corrente e que poderá
demonstrar com o crescimento do projecto, que não só poderá ser contribuinte
liquido para a criação de mais postos de trabalho, mas também, induzi-los de
uma forma indirecta. Por outro lado, o contributo no tipo de postos de trabalho
que vai criando, traz à região a massa crítica que tantas vezes lhe falta.
Actualmente, o projecto Etaproni garante 15 postos de trabalho directos, tendo,
na década passada, empregado mais de 25 pessoas;
4. - O manancial de verba que anualmente
constitui o orçamento da Etaproni não pode ser desprezado, pela dinâmica sócio-
económica que introduz na região;
5. - A divulgação da Vila e da região, para
além de uma preocupação constante do projecto, é indissociável do mesmo e a
disseminação dessa divulgação será sempre proporcional ao aumento do
protagonismo da Etaproni no exterior , só possível com a sua continuidade,
assegurando a melhoria progressiva das condições em que o projecto Etaproni se
desenvolve.
6. - Exemplo disso mesmo foram os dois
mandatos em que a Escola fez parte da Direcção da ANESPO – Associação Nacional
de Ensino Profissional, o que traduz a capacidade de representação e a
confiança conquistada junto dos pares, bem como os diversos projectos
internacionais desenvolvidos ao longo destes mais de 20 anos – nomeadamente
entre 1996 e 2004 - com escolas de países como o Reino Unido, Bélgica,
República Checa, Itália, Hungria, Suécia, Polónia e Espanha;
7. - A Etaproni será sempre um projecto
fundamental na formação pessoal, literária e profissional, em áreas não
disponíveis noutros estabelecimentos da região . Esta situação assume maior
importância se atendermos ao facto de trabalharmos com jovens, escalão etário
em franco decrescimento demográfico nesta zona. O nosso contributo para a sua
eventual fixação na região pode ser determinante, atendendo a uma solução de
emprego mais próxima. Também não é possível esquecer que a Escola, ao longo
destes anos, chegou a ter cerca de 70 alunos alojados e cobria uma área
territorial de recrutamento de concelhos como Lisboa, Sintra, Loures, Azambuja,
Moita, Faro, Alcobaça, Nazaré, Bombarral, Caldas da Rainha, Marinha Grande,
Leiria, Mirandela, Coimbra, Góis, Castelo Branco, Fundão, Covilhã, Proença a
Nova, Figueiró dos Vinhos, Vila Velha de Rodão, Mora, Portalegre, Elvas, Campo
Maior, Arronches, Crato, Alter do Chão, Monforte, Castelo de Vide, Marvão,
Ponte de Sor, Gavião, Fronteira, Abrantes, Entroncamento, Vila Nova da
Barquinha, bem como da região autónoma dos Açores;
8. - A Etaproni pode ser o ponto de partida
para outros projectos de desenvolvimento do nosso território, em função das
competências e recursos instalados, podendo e devendo constituir uma
organização a ter em conta por parte do município e restantes actores locais;
9. - Ao contrário do que se pensa, as Escolas
Profissionais não são agências de emprego, nem criam este por decreto. A grande
virtude dos projectos educativos das Escolas Profissionais, e no caso concreto
da Etaproni, passa pelo fomento da empregabilidade. Através do processo
formativo e das metodologias a ele associado, é possível conferir aos alunos
novas competências e atitudes mediante estágios de formação e trabalhos de
projecto em parceria com potenciais entidades empregadoras permitindo
demonstrar, inequivocamente, o valor dos alunos e das competências que
transportam.
Sabendo que :
a) A ADN – Associação de Desenvolvimento de
Nisa, entidade titular da autorização de funcionamento da Etaproni, atravessa
graves problemas de carácter financeiro e de liquidez, como é facilmente
comprovável, público e notório em face dos atrasos de pagamentos aos recursos
humanos do quadro permanente e que se consubstanciam em quase seis meses de
atraso;
b) Tais dificuldades têm criado enormes
problemas no funcionamento regular e adequado do projecto Etaproni, sendo os
alunos várias vezes confrontados com faltas de professores e formadores, com
perturbações na organização de transportes atempados ao cronograma lectivo, o
que tem levado a reclamações constantes e perfeitamente legítimas dos
encarregados de educação;
c) Na sequência do referido, progressivamente
a imagem e credibilidade do projecto Etaproni têm sido severamente afectadas e
se não houver uma inversão de percurso no curtíssimo prazo, todas as virtudes
vertidas no início ficarão irremediavelmente condenadas;
d) Em função disso mesmo um conjunto de
associados propôs, na última Assembleia Geral da ADN que decorreu no dia
13/01/2014, a possibilidade da ADN aprovar a transição da autorização de
funcionamento da Etaproni para outra entidade, por forma a melhor garantir e
assegurar a sustentabilidade e viabilidade de tal projecto;
e) A nova entidade seria sempre uma
organização emergente e representante da economia social e como tal uma
instituição sem fins lucrativos, independentemente da tipologia de pessoa
jurídica, incluindo obrigatoriamente, como associados, colaboradores da
Etaproni e outros actores e organizações locais/regionais;
f) Essa proposta foi aprovada pelos
associados presentes, com apenas uma abstenção;
g) Está o conjunto de colaboradores da
Etaproni e associados da ADN subscritores da presente proposta empenhados em,
de acordo com o até agora referido, definir um caminho alternativo para a
Etaproni que garanta a sua sustentabilidade e viabilidade;
h) Entende este movimento, de colaboradores e
associados, ser essencial a auscultação da Câmara Municipal de Nisa, atendendo
às suas responsabilidades na definição das estratégias e políticas de
desenvolvimento do Concelho de Nisa, bem como da sua participação e colaboração
na definição deste caminho;
Propõe-se, muito respeitosamente :
i. Que a Câmara Municipal de Nisa delibere
pela continuidade do Ensino Profissional na Vila de Nisa, gerido no âmbito de
uma Escola Profissional autónoma, empenhando-se na construção de uma
alternativa ao actual modelo de titularidade da autorização de funcionamento da
ADN e em função do até agora vertido na presente proposta;
ii. Que a Câmara Municipal de Nisa, no
sentido de acompanhar devidamente o trabalho a desenvolver, sugerindo e
definindo caminhos, de acordo com a sua visão privilegiada enquanto decisor
político de âmbito local, participe neste grupo de trabalho.
Aguardando com expectativa a melhor
receptividade às nossas propostas e a Bem da Etaproni e do Concelho de Nisa
Os Proponentes (Associados e/ou Colaboradores
da Etaproni)
22.3.17
Movimento dos Cursilhos de Cristandade da Diocese de Portalegre - Castelo Branco
Mini Cursilho para casais
“ Amar não é olhar um para o outro mas florir juntos em
amizade e boas obras.”
O 29º Mini-Cursilho para Casais da Diocese de Portalegre e
Castelo Branco realizou-se no passado dia 11 de Março, na casa diocesana em Mem Soares , sob o lema
“Ser cada vez mais felizes em casal”.
Os casais que viveram o cursilho em separado, tiveram agora
a oportunidade de o vivenciar em
conjunto. A viver esta experiência estiveram presentes 16
casais de diversas zonas da diocese: Abrantes (Santa Margarida, Rossio ao Sul
do Tejo, Sardoal), Pinhal (Proença-a Nova, Cardigos, Sertã), Castelo Branco,
Gavião, Nisa e Portalegre.
O Curso teve a
orientação espiritual do Padre Adelino Cardoso e do padre Carlos Almeida, com
contributo testemunhal e vivencial dos casais Lucília e Francisco, Milu e
Artur, Natária e António, que com a sua disponibilidade e entrega marcou estes
casais, cujos testemunho e exemplo foram determinantes para o caminho que irão
percorrer no contexto de uma sociedade cada vez mais exigente e penalizadora
para as famílias.
Depois de um breve acolhimento iniciaram-se as atividades na
capela com a entrega do dia ao Senhor, para que se abrisse o coração à
mensagem.
Da reflexão temática e experiência de espiritualidade
registamos as seguintes ideias-chave: «No nosso mundo hoje totalmente diferente
com novas configurações familiares urge cada vez mais sermos luz e sal no
ambiente onde vivemos. O maior desafio de hoje é ser um casal cristão normal no
mundo de hoje. É ser célula, é ser igreja doméstica.
São muitos os canais que temos: oração em comum, selecionar
o que se vê na televisão, conviver, procurar a oração, procurar amizades
cristãs, planear a vida de forma compartilhada, ter a humildade de reconhecer
os erros, etc. O casal cristão deve estar atento aos sinais do tempo, ser um
cristão activo e não passivo.
É necessário fazer
uma reforma pessoal (eu e eu, eu e os outros, eu e as necessidades temporais e
eu e Deus), uma reforma em casal e uma reforma em ambientes. Além
disso é igualmente necessário haver uma mudança conjugal/comunitária, sermos
igreja colaborando ativamente na mesma, o amor é a própria palavra de Cristo e
por último o sentido comunitário cristão depende também da nossa abertura aos
outros. Os laços que unem uma verdadeira comunidade conjugal são: o amor (é
aquele que mais se dá e não o que mais ama), os filhos, objetivos comuns e os
outros baseados no diálogo e na compreensão. Uma verdadeira comunidade conjugal
é construída no respeito, na mortificação, ordenação de valores e revisão de
vida. Quanto à reforma comunitária dos ambientes o primeiro, como não podia
deixar de ser, é na família, depois vizinhança, profissional, associações,
política e eclesial. »
Na sessão de encerramento os casais não hesitaram em
partilhar o quão gratificante foi e como é bom periodicamente darem a si
próprios a oportunidade de em casal reservarem algum tempo para reanalisarem a
sua vida, redefinirem o caminho que vêm percorrendo e reconhecerem a
importância da solidez da sua relação para a estabilidade familiar.
O encontro terminou com a eucaristia presidida pela
assistente espiritual Padre Adelino e com os casais a renovarem o seu
compromisso conjugal.
CASAL SANDRA e LUIS ANTÓNIO RIBEIRO
NISA: E o monumento aos Emigrantes?
Já passaram vários anos, que surgiu a ideia, para que fosse
feita uma homenagem digna aos emigrantes do nosso concelho, mesmo simples que
fosse; mas a meu entender, seria a edificação aï num lugar qualquer, erguerem
um símbolo dedicado a estes homens e mulheres, que partiram para longe, muito
longe...à conquista de uma vida melhor, descobrindo mundos, raças e outras
culturas diferentes!...
Sei que não fácil para a nossa autarquia, decidir um
programa que agrade a todos, mas quando se trata de um assunto, que iria
dignificar a "alma nisense", aos olhos de outras vilas e aldeias do
nosso país que jà o fizeram, seria devolver a este povo, um pouco das suas
raízes perdidas ao longo dos anos...
Vamos a isto, senhora presidente da C.M.Nisa, mostre o seu
verdadeiro socialismo, para com esta gente que a abraça, já que os autarcas
anteriores, deixaram morrer no esquecimento um projecto que é do interesse de
todos os nisenses, talvez por não serem oriundos do nosso concelho...
Aqui vos fica a mensagem de esperança!!!...
António Conicha emigrante em França
21.3.17
POESIA HOJE: Poesia todos os dias
Máquina do Mundo
O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma.
O resto, é matéria.
Daí, que este arrepio,
este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,
esta fresta de nada aberta no vazio,
deve ser um intervalo.
António Gedeão
VMER do Hospital Doutor José Maria Grande comemora o 10º aniversário
A Viatura Médica de
Emergência e Reanimação (VMER) do
Hospital Doutor José Maria Grande comemora hoje o seu 10º aniversário com a
certeza e o orgulho de quem cumpriu a missão de que foi incumbida. A missão de
prestar auxílio e, como afirma a equipa,
fazer a diferença entre a vida e a morte.
Passados 10 anos, olham para o futuro com a profunda convicção de que o futuro está assegurado no
que aos recursos humanos diz respeito e que a população do Distrito de
Portalegre poderá continuar a confiar na sua VMER.
Só no ano de 2016
a VMER do Hospital Dr. José Maria Grande deu resposta a
974 ocorrências.
Um bem-haja e parabéns a todos os que fizeram e fazem parte
desta nossa família.
ULSNA
A PRIMAVERA: A mais linda poesia
António Branco, trabalhador
rural, forneiro, analfabeto, montalvanense de “antes quebrar que torcer” deixou
um acervo literário disperso, bastante disperso, de poemas e canções. Sim,
porque os seus versos, as suas rimas, não saíam do punho e da caneta, mas da
alma e da garganta, lançadas, quantas vezes, freneticamente, entre um e outro
copo do tinto, que “premiava” as cantigas ao desafio.
Estas são uma das mais belas, senão mesmo , as mais belas Décimas que até hoje tive a oportunidade de ler. Por esta "Primavera" cheia de colorido e de música (fazer décimas e fazê-las bem feitas, ao contrário do que muitos pensam, não é uma arte fácil) as palavras fazem-nos viajar no tempo, passear pelos campos, sejam do Alentejo ou de Trás-os-Montes, das Beiras ou do Minho e encher os sentidos de sons, de cheiros, de imagens cheias de cor, imensidão e nostalgia. Como dizia outro poeta: "A Primavera vai e volta sempre; a mocidade já não volta mais". Com estas décimas do ti António Branco, vestimo-nos de gala e passeamos pelo campo, regressamos à infância. Estão lá os condimentos todos. Lembramos Cesário Verde e perguntamo-nos como é possível não darmos o valor merecido a estes poetas sem escola, analfabetos, mas ricos de vida e de experiências campestres. A Primavera vai e volta sempre. Os versos do ti António Branco, o "Forneiro", também. Saboreiem-nos. Devidamente!
A Primavera
Na Primavera de
Flores
Vestem-se os campos
de gala
Alegria dos pastores
Canta o canário na
jaula
I
Canta o rouxinol no prado
No meio da árvore sombria
Canta alegre a cotovia
Canta o triste encarcerado
Canta o cuco, brinca o gado
Alegram-se os lavradores
Mudam as aves de cores
Quando andam fazendo o ninho
Canta todo o passarinho
Na Primavera de
Flores
II
Canta alegre o jardineiro
Por ver as flores a brilhar
Canta o lavrador a lavrar
E na quinta canta o quinteiro
Canta o melro no loureiro
A gaivota sobre a vala
Canta quem tem boa fala
Canta até quem a não tem
Cantam os Anjos também
Vestem-se os campos
de gala.
III
Só tu vens abastecer
Ó Primavera real
Pastos para tanto animal
Pão para a gente comer
Muitas lãs para fazer
Fatos de todas as cores
Tu com essas tuas flores
Sustentam muito vivente
Cresce o leite de repente
Alegria dos pastores.
IV
Quando me quero levantar
Em manhã de Primavera
Debaixo da atmosfera
Não ouço senão cantar
Grilos com as asas a tinar
A cotovia na alta escala
A andorinha nem se fala
Dá-nos gosto o rouxinol
Logo assim que nasce o sol
Canta o canário na
jaula.
António Branco (poeta popular de Montalvão)
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