8.7.17

IFAW lança campanha para a proibição do comércio de marfim na Europa

Quercus é o parceiro desta iniciativa em Portugal
O Fundo Internacional para o Bem-estar Animal (IFAW), em colaboração com a Quercus, lança hoje, dia 3 de Julho, uma nova campanha para acabar com a venda de marfim na Europa.
A venda de marfim ameaça dezenas de milhares de elefantes em África que continuam a ser abatidos de forma lenta e desumana, desequilibrando populações inteiras destes emblemáticos animais. Portugal, como outros países da UE, continua a comercializar marfim em mercados, leilões e online, estimulando o interesse para esta matéria-prima em mercados asiáticos e encobrindo, com o marfim antigo, a caça ilegal que se mantém todos os dias no coração de África.
Num estudo recente conduzido pela IFAW, os cidadãos entrevistados em quinze Estados-Membros mostraram-se a favor de uma proibição total de todo o marfim na UE. “Com os elefantes a serem abatidos a um ritmo alarmante, o marfim não deve continuar a ser visto como um objeto desejável” refere Sonja Van Tichelen, Diretora da IFAW-UE, “Sentimo-nos encorajados ao ver que 90% dos entrevistados não desejam comprar produtos de marfim”. Neste estudo, apenas 42% dos inquiridos estavam cientes de que os elefantes eram brutalmente mortos pelo marfim e 24% desconheciam que os elefantes morrerem pelas suas presas.
Para a IFAW e a Quercus, só existe uma forma de controlar esta situação - enquanto cidadãos europeus, é urgente pedir ao Governo e à Comissão Europeia que encerrem todos os mercados de marfim da UE para interromper a mortandade de elefantes. Assista ao vídeo e assine a petição  para mostrar o seu apoio.
Sobre a IFAW (International Fund for Animal Welfare)
Fundada em 1969, a IFAW dedica-se à proteção de animais, tendo projetos em mais de 40 países. A IFAW resgata animais em perigo, trabalha na prevenção de maus tratos a animais e na proteção de espécies e habitats. Para mais informações, visite www.ifaw.org. Siga-nos em @IFAWEU e Facebook/IFAW
O comércio de marfim põe atualmente em perigo dezenas de milhares de elefantes, abatidos de forma lenta e cruel, com armas concebidas para abater animais de 80 Kg, em vez de 5000 Kg. Cinco milhões de anos de evolução produziram esta espécie sensível, altamente inteligente e social, que agora se encontra ameaçada pelo insaciável desejo de insustentável riqueza.
O marfim continua a ser vendido em muitos países da União Europeia, em mercados, leilões, casas de antiguidades e online. Com o passado histórico que liga Portugal a África, o nosso país é detentor de uma grande coleção de marfim trabalhado e não trabalhado com tendência a re-entrar no mercado europeu. Este comércio de marfim na UE serve muitas vezes de cobertura para a caça ilegal e estimula a procura deste material nos países do Sudoeste Asiático.
Atualmente, os regulamentos da UE permitem o comércio de marfim sob determinadas condições para marfim antigo[1] e pré-Convenção[2].
Apesar das encorajadoras medidas tomadas pela UE, é convicção da IFAW que existem ainda muitas lacunas, como as expostas na recente campanha, que necessitam de ser abordadas para ser possível travar o rápido declínio das populações de elefantes.
A Comunidade Internacional reconheceu este problema, tendo adotado duas importantes resoluções que exigem o encerramento do mercado interno de marfim na 17ª reunião da Conferência das Partes Signatárias da CITES (CoP17) e no Congresso da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
A China, o maior destino mundial de marfim, proibiu recentemente a maioria das importações comerciais de marfim, assumiu o compromisso de encerrar o seu mercado de marfim até o final de 2017 e apelou à UE que adotasse também uma posição mais forte.