31.8.17

VILA VELHA DE RÓDÃO: Trilhos dos Grifos

Data: 24 de Setembro
Vila Velha de Ródão é palco, dia 24 de Setembro, da edição dos “Trilhos dos Grifos”, iniciativa do Centro Cultural e Recreativo de Gavião de Ródão, que conta com o apoio do Município e da Junta de Freguesia de Vila Velha de Ródão.
Com o objetivo de promover o concelho de Vila Velha de Ródão enquanto região de excelência para a prática da modalidade de trail running, os “Trilhos dos Grifos” dividem-se em duas provas de carácter competitivo, com 18km e 28km, e uma caminhada com cerca de 10km, que passam por lugares emblemáticos como o GeoMonumento das Portas de Ródão, um dos ex-libris da região, o miradouro natural do Penedo Gordo, e ainda um percurso repleto de lugares mágicos onde se pode desfrutar do voo planado dos grifos que dão o nome à iniciativa.
Quer o difícil desafio dos 28km, com 2.900m de desnível total, quer a distância dos 18km, igualmente exigente e com um desnível total de cerca de 1.800m, e ainda a caminhada, partem de Gavião de Ródão e terminam em Vila Velha de Ródão onde, no final, tem lugar o almoço-convívio para os participantes e que tem como padrinhos a albicastrense Natércia Silvestre e o portalegrense Luís Semedo, duas referências da modalidade em Portugal. As inscrições estão abertas até dia 17 de Setembro, com preço reduzido até 31 de Agosto. Com as receitas obtidas, a organização conta desenvolver atividades de recuperação da fauna e da flora, entretanto devastadas no concelho devido aos incêndios ocorridos.

PROENÇA-A-NOVA: A Defesa da Beira Baixa – A Linha Defensiva das Talhadas-Moradal

Data: 1 a 22 de Setembro
Local: Auditório Municipal
O concelho de Proença-a-Nova é rico em estruturas militares que remontam ao Séc. XVIII às quais se dá o nome de Linha Defensiva das Talhadas-Moradal. Esta era a primeira linha de defesa do território face às invasões que entravam pela Beira-Baixa. Inserida no I Congresso Internacional de Arqueologia e História, esta exposição realça a importância destes pontos estratégicos, mostrando as rotas invasoras e a estratégia dos militares portugueses face a estas ameaças. De 23 de setembro a 31 de outubro, a exposição passará para o Edifício Fortes e Baterias, em Sobreira Formosa, ficando disponível para visita mediante marcação prévia no Posto de Turismo ou no polo da biblioteca de Sobreira Formosa.

SANTANA (Nisa): Apresentação de livro de Joaquim Marques

"Apontamentos Históricos e Genealógicos para uma Monografia da Freguesia de Santana" é o livro da autoria de Joaquim Marques Rodrigues, numa edição da Chiado Editora, que vai ser apresentado no próximo dia 9 de Setembro pelas 16 horas na Casa do Povo-Junta de Freguesia de Santana, em Arneiro.
A sessão terá como oradoras convidadas a Drª Graça Cêncio e a Drª Fátima Dias.

30.8.17

AUTÁRQUICAS 2017: Candidatura da CDU à Assembleia de Freguesia de Santana


MONTALVÃO: Concerto de Encerramento de Época do EmCanto

2 set., na Casa do Povo, em Montalvão.
Como anunciado antes, realizar-se-á no próximo sábado, em Montalvão, o habitual concerto suprareferido, cf. cartaz anexo.
Este concerto, que como todos os que realizamos em Montalvão revertem a favor da campanha de angariação de fundos para o restauro da Igreja Matriz, será antecedido do Tributo que a Junta de Freguesia de Montalvão promoverá ao antigo campeão de atletismo e atleta internacional, José Morujo Júlio, dada a sua condição de natural e assumido montalvanense.
Evento ao qual o Grupo Coral EmCanto se associou desde a primeira hora, correspondendo ao convite da JFM, o que muito nos honra, vaticinando o maior sucesso para o mesmo, como, aliás, se justifica e a personalidade a homenagear amplamente merece.
Obs: estarão disponíveis na sala, mediante a contrapartida estabelecida, exemplares do CD editado pelo G.C. EmCanto, integralmente em benefício da campanha acima mencionada.

USNA congratula-se com o regresso do Transporte ferroviário de passageiros à Linha do Leste

Foi com uma enorme satisfação que a União dos Sindicatos do Norte Alentejano (USNA) assistiu hoje à passagem do comboio em Portalegre.
Desde o encerramento desta linha em 2011 que a USNA lutava pela sua reabertura, mobilizando estruturas de vários sectores e trabalhadores do distrito e unindo esforços com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF) da CGTP-IN e com estruturas sindicais espanholas, como as CCOO e a UGT da Extremadura.
Recuperado parcialmente em 2015 devido a um protocolo, foi só em Janeiro de 2016 que as aspirações da população do distrito foram correspondidas com o retorno do transporte ferroviário de passageiros na totalidade da linha do Leste a ser aprovado por unanimidade na Assembleia da República.
O comboio tardou mas não falhou o que é mais uma prova de que é preciso não desistir e continuar a defender o direito dos trabalhadores do nosso distrito e suas famílias à mobilidade, a serviços públicos de qualidade e a viver e trabalhar no Norte Alentejano.
Portalegre, 29/08/2017

AUTÁRQUICAS 2017: Candidatura PPD/PSD-CDS/PP à Assembleia de Freguesia de Santana


NISA: GNR deteve 4 indivíduos por extorsão

O Comando Territorial de Portalegre, através do Núcleo de Investigação Criminal de Nisa, deteve, em flagrante delito, dia 28 de agosto, quatro homens por extorsão.
Os suspeitos, com idades entre os 21 e os 43 anos, andavam a ameaçar um homem de 59 anos, a quem já tinham extorquido 45 mil euros, sob pena de difamarem a sua vida privada.
A vítima alertou as autoridades para o facto de andar a ser intimidado e após algumas diligências de investigação, os militares detiveram os quatro homens quando se preparavam para receber mais 3 mil euros.
No decurso da ação foi apreendido 1150 euros, uma viatura, três telemóveis e uma faca.
Os suspeitos irão ser presentes ao Tribunal Judicial da Comarca de Portalegre, hoje, dia 30 de agosto.

AUTÁRQUICAS 2017: Candidatura CDU à Assembleia de Freguesia de Montalvão


28.8.17

OPINIÃO - COISAS DA VIDA XV: Que Deus?

Posso dizer que sou uma apreciadora de música, sem um tipo de música específico, adepta de vários estilos, desde que com qualidade. Boss Ac é um dos fenómenos do Hip- Hop português, tendo inclusivamente sido já nomeado para a categoria de Best Portuguese Act nos MTV Europe Music Awards. Boss Ac transmite mensagens em algumas das suas canções, que, devido ao ritmo da batida, passam por vezes despercebidas. Apercebi-me disso, há pouco tempo, ao ouvir o álbum “Ritmo, Amor e Palavras” (RAP), que me foi apresentado por uma amiga que eu desconhecia apreciadora de Hip-Hop. Fiquei surpresa ao constatar que determinados conteúdos das suas músicas difundem algo mais do que meras palavras sem sentido, envoltas na cadência de um qualquer compasso improvisado numa mesa de mistura. Convenhamos, muitos estilos musicais, são por vezes alvo de comentários depreciativos por parte de pessoas que, se calhar, nunca ouviram nem uma música, mas são logo rotulados, apenas por serem associados a um determinado estilo. Encontrei neste álbum (RAP) uma conversa com Deus, onde são colocadas diversas questões que nos assolam ao espírito e que dificilmente conseguimos formular. É essa conversa, a letra da música intitulada Que Deus?, que pretendo agora partilhar convosco e, eventualmente, surpreender alguém, como me surpreendeu a mim.
"Quem quer que sejas, onde quer que estejas. Diz-me se é este o mundo que desejas. Homens rezam, acreditam, morrem por ti. Dizem que estás em todo o lado mas não sei se já te vi. Vejo tanta dor no mundo pergunto-me se existes. Onde está a tua alegria neste mundo de homens tristes. Se ensinas o bem porque é que somos maus por natureza? Se tudo podes porque é que não vejo comida à minha mesa? Perdoa-me as dúvidas, tenho que perguntar. Se sou teu filho e tu amas-me, porque é que me fazes chorar? Ninguém tem a verdade o que sabemos são palpites. Se sangue é derramado em teu nome é porque o permites? Se me destes olhos porque é que não vejo nada? Se sou feito à tua imagem porque é que durmo na calçada? Será que pedir a paz entre os homens é pedir demais? Porque é que sou discriminado se somos todos iguais? Porquê que os Homens se comportam como irracionais? Porquê que guerras, doenças matam cada vez mais? Porquê que a Paz não passa de ilusão? Como pode o Homem amar com armas na mão? Porquê? Peço perdão pelas perguntas que tem que ser feitas. E se eu escolher o meu caminho, será que me aceitas? Quem és tu? Onde estás? O que fazes? Não sei. Eu acredito é na Paz e no Amor. Por favor não deixes o mal entrar no meu coração. Dou por mim a chamar o teu nome em horas de aflição. Mas tens tantos nomes, és Rei de tantos tronos. E se o Homem nasce livre porque é que é alguns são donos? Quem inventou o ódio, quem foi que inventou a guerra? Às vezes acho que o inferno é um lugar aqui na Terra. Não deixes crianças sofrer pelos adultos. Os pecados são os mesmos o que muda são os cultos. Dizem que ensinaste o Homem a fazer o bem. Mas no livro que escreveste cada um só leu o que lhe convém. Passo noites em branco quase sem dormir a pensar. Tantas perguntas, tanta coisa por explicar. Interrogo-me, penso no destino que me deste. E tudo que acontece é porque tu assim quiseste.
Porque é que me pões de luto e me levas quem eu amo? Será que essa é a justiça pela qual eu tanto reclamo? Será que só percebemos quando chegar a nossa altura? Se calhar desse lado está a felicidade mais pura. Mas se nada fiz, nada tenho a temer. A morte não me assusta o que me assusta é a forma de morrer. Quanto mais tento aprender, mais sei que nada sei. Quanto mais chamo o teu nome menos entendo o que te chamei. Por mais respostas que tenha a dúvida é maior. Quero aprender com os meus defeitos, acordar um homem melhor. Respeito o meu próximo para que ele me respeite a mim. Penso na origem de tudo e penso como será o fim. A morte é o fim ou é um novo amanhecer?"

* Sofia Tello Gonçalves - Licenciada em Serviço Social e Mestre em Saúde Pública

SANTANA (Nisa): Memórias da Freguesia

Rancho do Arneiro em Cortejo de Oferendas (1950)
Em Vila Velha de Ródão, tal como em Nisa uns anos depois, realizaram-se na década de 50, Cortejos de Oferendas a favor da construção do Hospital.
Eram estas as iniciativas que se realizavam, de norte a sul do país, como forma de superar as carências financeiras do Estado Novo e das autarquias que sofriam de um mal crónico e endémico: a falta de verbas para resolver problemas elementares. Eram, pois, os cortejos de oferendas que garantiam uma parte considerável do financiamento para as obras de construção, ampliação e/ou remodelação de hospitais nas décadas de cinquenta e sessenta, construções e melhorias só possíveis com as dádivas das populações locais que, muitas vezes e num exemplo de verdadeira solidariedade, tiravam da boca e do pouco que tinham, os magros proventos para ajudar e contribuir numa causa que era de todos.
No caso do Arneiro, na altura pertencente à freguesia de S. Simão, a contribuição e o envolvimento directo da população no Cortejo de Oferendas a favor do Hospital de Vila Velha de Ródão é, ainda, um facto mais notável, por se tratar de ajudar uma estrutura e instituição de um concelho e região a que não pertenciam.
A explicação residia, na altura, como ainda hoje, nas relações de proximidade e afectividade existente entre as duas povoações de uma e outra margem do Tejo.
A participação do Rancho do Arneiro, dirigido por Francisco Diogo Pinto, no Cortejo de Oferendas, realizado em 10 de Setembro de 1950, a favor do Hospital de Vila Velha de Ródão teve um assinalável êxito.
Homens e mulheres, na sua maioria jovens e envergando os trajes típicos dos pescadores, a actividade económica mais importante dos designados Montes de Baixo, desfilaram pelas principais ruas da vila rodense entoando canções populares, de que deixamos aqui algumas quadras.
I
Arneiro, terra de amores
Viçoso como alecrim
Aldeia de pescadores
Cheia de flores
Tu és assim
II
O teu sorriso de glória
Realça a tua nobreza
Embora bem pequenino
Deu-te o destino
Tanta beleza
Coro
Ó minha aldeia
De pobreza revestida
Embora feia
Para mim é s a mais querida
A tua graça
No mundo não tem rival
Onde quer que a marcha passa
Mostra que esta raça
É de Portugal!
III
Lá vão na marcha contentes
Rapazes e raparigas
Mostram-se audazes, valentes
Ei-los sorridentes
Não mostram fadigas
IV
Todos cantam, todos bailam
Num conjunto verdadeiro
Cantam p´ra todo o cortejo
Viva o Alentejo
Viva o nosso Arneiro!
A finalizar a sua participação no Cortejo de Oferendas, o Rancho do Arneiro não escondia o fim que ali os levara e, em jeito de despedida, cantaram:
Trazemos pão
Azeite louro
E a nossa fé
Que é o maior tesouro

Fé no futuro
De Portugal
E fé no carinho
Do nosso Hospital

Vivam senhores
Por largos dias
Deus nos proteja
E dê muitas alegrias

Quem faz o bem
Empresta a Deus
Senhoras e senhores
Dizemos-lhes adeus.
in "Jornal de Nisa" nº 264 - Outubro 2008

POSTAIS DO CONCELHO: Dia de Sortes em Nisa

A foto foi-me enviada pelo Carlos Matos há já alguns anos. "Perdeu-se" entre tantos e tantos ficheiros de fotografias, mas, felizmente, encontrei-a e publico-a para lembrar o que eram as "Sortes" antes do 25 de Abril. A malta de Montalvão nascida em 1952 (lá está em cima, ao lado do Manuel Bicho, o meu amigo Joaquim Margarido, já falecido) no esplendor dos seus 20 anos, num espaço relvado ainda há pouco tempo.

AUTÁRQUICAS 2017: Candidaturas PSD/CDS à Câmara e Assembleia Municipal


Depois da CDU - a primeira força política que colocou na internet, de modo legível e compreensível - as listas de candidatos aos vários órgãos autárquicos do concelho, publicamos, hoje as listas da coligação A Minha Terra (PSD/PPD - CDS/PP) à Câmara e Assembleia Municipal de Nisa.
Faço-o, no rigoroso dever informativo - uma vez que o site da Câmara não serve para informar os cidadãos, a exemplo do que fez a Câmara do Porto -  e sem qualquer ideia de favor. As listas da coligação A Minha Terra estão publicadas numa página em formato jpeg e obrigou, por isso, a trabalho extra. Que fiz com gosto e sem precisar de cartas anónimas, mas "bem identificadas", para as quais estou vacinado desde há 40 anos.
À medida que for construindo os "modelos" gráficos irão sendo publicadas as listas de candidatos a todas as freguesias do concelho.

24.8.17

NISA: As festas de Artilheiros/as em Agosto 2008







Festejaram os 60 anos na festa realizada no salão do Sport Nisa e Benfica em Agosto de 2008. Alguns dos "artilheiros" já partiram para a "grande viagem", mas a foto mostra o convívio e recorda um tempo de festa que há-de perdurar na memória. Mesmo que, à mistura, com alguma nostalgia...

23.8.17

NISA: Um concelho em chamas (2003) - Página 2

















O FOGO E O VENTO
Ainda a escura manhã sonolenta
Os olhos remelosos mal abria
Quando das trevas o fogo rebenta
Tornando brasa a fresca maresia

Um profundo silêncio tudo rodeia
Despertando enorme ansiedade
Augurando uma tarde, quente e feia
De incêndios, mortes e calamidade

Chegam alguns bombeiros, cansados
Sirene a tocar, agulheta na mão
Mas, Éolo e Vulcano estão aliados

Lançam o terror e grande confusão
O povo implora cheio de mágoa
Em vez de calor, venha água, água.
José Hilário

NISA (Arneiro): Postais do Concelho - A Música no Centro Social

A foto é de Agosto (dia 21) de 2011. Decorriam os festejos em honra de Santa Ana e um dos grupos folclóricos que veio actuar naquela freguesia do concelho de Nisa, aproveitou a deslocação e brindou os utentes do Centro Social de Santana, com um "espectáculo" só para eles, idosos, moços e moças de outros tempos em que se bailava no terreiro a toque de harmóne ou de gaita de beiços.
As "cachopas" da foto mostram os seus trajes da zona ribeirinha de Vila Franca de Xira e por alguma razão o Rancho se chama(va) "Os Avieiros"...

22.8.17

MUNICÍPIO DE NISA: Assédio moral e psicológico continua - diz o STAL em comunicado


Nisa: Um concelho em chamas (2003) - página1

Poderíamos chamar-lhe a Crónica anunciada de um pais em chamas, tantas as vezes que a tragédia se repete. Este ano, nestes meses de Verão de todas as calamidades, abriram-se novas feridas, sangrentas, profundas, o chão do interior ficou juncado de cadáveres. Vidas humanas ceifadas, muitas delas bastante jovens, devoradas por um mar de chamas na que ficou conhecida pela "estrada da morte".
É assim desde há anos, sem que ninguém assuma responsabilidades, mas desta vez os sinos repicaram mais forte e fundo nas consciências dos homens. Esperemos que não seja em vão...
Em Nisa, no ano de todos os fogos de 2003, o concelho foi pasto, fácil, das chamas e de uma tragédia de incalculável dimensão humana e social. Socorro-me de um texto de Jorge Pires, publicado no "Jornal de Nisa", para juntar às fotos que António Miranda e eu tirámos durante dois dias de um roteiro pelos campos de cinza e de terra abrasada. 
Da Herdade do Maxial a Montalvão; de Santana às Termas da Fadagosa; de S. Simão a Arez e Amieira, registámos dezenas de imagens de terra calcinada, em brasa, em pranto, como que a exprimir num grito, a sua revolta. Ouvimos os lamentos, as vozes, impotentes e sem esperança, de pessoas, idosos na sua maioria, que tudo perderam, na voragem do ciclo infernal do fogo. Os campos do Alentejo, de um país que quase abraça o mar, não são para serem consumidos pela eucaliptal praga, o início de toda esta tragédia que nos cai, todos os anos, em cima. Portugal não é a Austrália. Mandem os eucaliptos pró C....... Isso mesmo para esse sítio que estão a pensar. Por alguma motivo os espanhóis, aqui mesmo ao lado na vizinha Extremadura, não caíram nesse logro...
Vamos colocar aqui, durante alguns dias, todas as fotos desse ano horrível que vestiu com as cores do luto a quase totalidade do território concelhio. 




"Quando olho para os campos da minha terra, sinto e temo que a tragédia de 2003, possa voltar a encher de tristeza este povo cuja revolta ainda não passou totalmente sobre o que aconteceu no dia 2 de Agosto daquele malfadado ano.
É, de facto, difícil de entender como é que um país tão pequeno não consegue parar este autêntico inferno que são os fogos, quase todos de origem criminosa.
Está, pois, na hora de perguntar aos nossos governantes porque é eu ainda não foi alterada a Constituição, no sentido de se poder castigar exemplarmente os criminosos que são apanhados em flagrante. Todos nós sabemos que há “caça-grossa” por detrás de tudo isto e que não são só os “pobres de espírito”, como às vezes se pretende fazer crer, os únicos culpados. 



"Por isso, há que investigar, há que colocar no terreno forças especializadas, só assim deixaremos de assistir ao terror do fogo que sem dó nem piedade, vai consumindo tudo o que levou uma ou mais vidas a construir, muitas vezes com sangue suor e lágrimas.
Diz-se por aí que a culpa também é dos proprietários dos terrenos que não limpam. Isso é um facto indesmentível. Mas, então, como era antigamente quando os campos como a nossa charneca estavam cheios de searas douradas, cuja ondulação nos encantava a vista? Então e as eiras com grandes medas de pão? O que acontece, na realidade, é que, naquele tempo, não havia interesses camuflados em jogo, nem havia tanta maldade, nem havia tanta inveja. O que havia muito, de facto, era mais respeito pela propriedade alheia e até por nós próprios."
Jorge Pires - in "Jornal de Nisa" - nº 213