No início
de um novo ano, pensamos no que vivemos, ganhámos e perdemos, pensamos em novos
projectos, ganhamos novas expectativas, esperamos que seja agora que alcancemos
os nossos objectivos. A vida é mesmo assim, o tempo não pára.
Felizmente
para a grande maioria dos portugueses, as nossas aspirações não passam pelos
desejos de paz, segurança ou eliminação da fome, mas, para muitos, não é
necessário estar no Darfur ou na Somália, para sentir medo, insegurança e fome.
Curiosamente,
é na época festiva do final de ano, que assistimos a uma maior
consciencialização dos nossos deveres em ajudar os outros. Nesta altura, surgem
por todos os lados campanhas de solidariedade, peditórios, ofertas de cabazes,
uma série de iniciativas que visam ajudar os nossos semelhantes mais
desfavorecidos.
Dos
trezentos e sessenta e cinco dias anuais verifica-se um significativo apelo à
solidariedade de todos, nos últimos trinta e um dias.
E depois?
Onde se posiciona a nossa responsabilidade social em ajudar o próximo?
No
Carnaval, demasiado ocupados com a folia; na Páscoa, já nem nos lembramos; no
Verão, estamos a descansar. Nos restantes dias do ano, demasiado ocupados a
trabalhar e embrenhados nas nossas vidas e nos nossos próprios problemas. Não
se verifica mais espaço para outros actos de solidariedade, porém, o sofrimento
alheio mantém-se em todas as estações, o necessário apenas se encontra nalgumas
mesas e as instituições que trabalham em prol dos desfavorecidos, vêem muitas
portas fechadas.Seja
através de voluntariado, seja através de donativos (que podem muito bem ser em
géneros e não somente monetários), vamos ajudar. Deixo ainda a sugestão de
contactarem as instituições que pretendem apoiar, para saberem realmente quais
são as suas verdadeiras necessidades.
Vamos,
durante este novo ano, pensar em quem tem menos e fazer nossas, as preocupações
de todos.
Sofia Tello Gonçalves