7.12.17

"Bonecos de Estremoz" aprovados como Património Cultural Imaterial da Humanidade

Bonecos de Estremoz - Foto Jorge da Conceição
São uma arte de carácter popular com mais de 300 anos de história e o primeiro figurado no mundo a merecer esta distinção da UNESCO.
A UNESCO classificou como Património Cultural Imaterial da Humanidade a produção dos "Bonecos de Estremoz", em barro, uma arte popular com mais de três séculos.
A classificação da "Produção de Figurado em Barro de Estremoz", vulgarmente conhecida como "Bonecos de Estremoz", foi decidida na 12.ª Reunião do Comité Intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) para Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, que decorre na Ilha Jeju, na Coreia do Sul, até sábado.
A decisão, que ocorreu pelas 1h05 (hora de Lisboa), foi bastante celebrada pela comitiva portuguesa que durante os festejos exibiu exemplares de "Bonecos de Estremoz".
Ateliê Irmãs Flores - Foto Rosário Silva
Na área de Património Cultural e Imaterial da Humanidade estavam a concorrer inicialmente 49 candidaturas, das quais 35 foram aprovadas, tendo no final recolhido parecer negativo 11.
Os "Bonecos de Estremoz" pertencem a uma arte de carácter popular, com mais de 300 anos de história, tendo sido o primeiro figurado do mundo a merecer a distinção de Património Cultural Imaterial da Humanidade, na sequência da candidatura apresentada pela Câmara Municipal de Estremoz, no distrito de Évora.
A candidatura teve como responsável técnico o director do Museu Municipal de Estremoz, Hugo Guerreiro.
Autarca "muito feliz" com "selo" da classificação
"No fundo é um momento grande da história de Estremoz em termos da sua classificação, das suas gentes, porque o figurado de barro representa tudo o que é o trabalho, tudo o que é a dificuldade dos alentejanos e dos estremocenses em particular", disse o autarca de Estremoz.
Presépio Tradicional - Irmãs Flores - Foto Rosário Silva
De acordo com Luís Mourinha, a UNESCO valorizou os "Bonecos de Estremoz", uma arte popular em barro com mais de três séculos, pela "visão do artista, do artesão sobre a sua envolvência".
Com mais de uma centena de figuras diferentes inventariadas, a arte, a que se dedicam vários artesãos do concelho, consiste na modelação de uma figura em barro cozido, policromado e efectuada manualmente, segundo uma técnica com origem pelo menos no século XVII.
Em Estremoz, trabalham actualmente nesta arte emblemática Afonso e Matilde Ginja, Célia Freitas, Duarte Catela, Fátima Estróia, Irmãs Flores, Isabel Pires, Jorge da Conceição, Miguel Gomes e Ricardo Fonseca.
in rr.sapo.pt