6.12.17

MEMÓRIA: Niza, capital da olaria do Alto Alentejo

A edição de 28 de Maio de 1983 do "Há tanta ideia perdida", quinzenário da cultura popular alentejana, trazia a notícia, na capa, da escolha de Nisa (no jornal vem com um Z) para acolher o III Encontro Regional da Olaria Alentejana.
No jornal e no Centro Cultural Popular Bento de Jesus Caraça, pontificavam, entre outros, João Madureira, grande animador cultural e homem de ideias frescas e não menos polémicas, o que revelava que mexiam com o status quo instituído, mesmo tendo em conta, a brisa libertadora do 25 de Abril, acontecido poucos anos antes.
O III Encontro de Olaria Alentejana foi um grande acontecimento cultural e que trouxe a Nisa muita gente. Ainda me lembro (e devo ter para aí, numa qualquer caixa de papelão, panfletos, contra a iniciativa) da controvérsia e da oposição que a iniciativa gerou, vindos das mesmas pessoas ou organizações que, passados quarenta anos, ainda mandam cartas anónimas e não sabem (nunca souberam!) assumir uma crítica frontal e de cara descoberta.
A Câmara, presidida pela APU, enfrentou com decisão esse desafio e iniciativa inovadora e de grande alcance cultural. Realizou o Encontro Regional de Olaria no Jardim Público, espaço de lazer que ao contrário do que anunciavam os opositores, "não ficou com a relva estragada, nem transformado num deserto". Hoje, infelizmente, não é bem assim e é com grande mágoa que dou conta desta constatação. Mas, isso, será tema para próximo artigo.